quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Cientistas estimam potencial econômico das emissões evitadas de carbono em manguezais



Por serem vistos por grande parte da população como ambientes sujos, sem as belezas que uma floresta tropical pode oferecer aos nossos olhos, os manguezais estão entre os ecossistemas mais ameaçados ao redor do mundo.

Porém, eles são também fonte de importantes serviços ambientais e ecológicos para a humanidade, servindo de berçário para muitas espécies marinhas, protegendo as linhas de costa e estocando consideráveis quantidades de carbono.

Baseado apenas no elemento carbono, um novo estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (acesso gratuito) calculou o potencial econômico de se evitar as emissões decorrentes da degradação destes ecossistemas.

Pesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram estimativas em alta resolução das emissões de carbono provenientes da perda dos manguezais ao redor do globo. Utilizando estimativas espaciais (cerca de 9 × 9 km) eles geraram curvas globais e regionais dos custos marginais das emissões evitadas.

“Com uma ampla gama de presunções, concluímos que a maior parte das emissões potenciais dos manguezais podem ser evitadas com menos de US$ 10 por tonelada de CO2. Dada a média recente de preços das compensações no mercado de carbono e o custo de redução das emissões de outras fontes, isto indica que proteger manguezais pelo seu carbono é uma proposta economicamente viável”, defenderam os pesquisadores.

Para lidar com a variabilidade espacial, os pesquisadores desenvolveram estimativas diferenciadas para o carbono estocado em cada local, incluindo a biomassa acima e abaixo da superfície e o carbono contido no solo.

Globalmente, os manguezais ocupam cerca de 1% da superfície florestal, com pouco mais de 139 mil Km2. Grande parte estão na Indonésia (19.5%) e no Brasil (7.6%). Mais de 70 espécies diferentes de mangues são conhecidas, apesar deste total variar dependendo da definição utilizada. A maior riqueza no número de espécies está no sudeste asiático (figura).

Fernanda B. Mûller, do Instituto CarbonoBrasil 
(Instituto CarbonoBrasil)

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