sábado, 30 de março de 2013

Pesticidas podem causar 'curto-circuito' em abelhas, sugere estudo


Insetos produtores de mel podem desaparecer devido aos agrotóxicos.
Apicultores de diversas partes do mundo já esboçam preocupação.


Estudo publicado nesta quarta-feira (27) na revista "Nature Communications" sugere que pesticidas utilizados por fazendeiros para proteger cultivos e colmeias podem embaralhar os circuitos cerebrais das abelhas melíferas (produtoras de mel), afetando sua memória e capacidade de navegação, necessárias para encontrar comida.
O artigo aponta que tal fato pode ameaçar colônias de abelhas inteiras, cujas funções polinizadoras são vitais para a produção de comida para nós, humanos.
A equipe de cientistas estudou os cérebros de abelhas produtoras de mel no laboratório, expondo-as a pesticidas neonicotinoides usados em lavouras, e a organofosfatos, o grupo de inseticidas mais usado no mundo - neste caso, o coumafos -, utilizado para controlar infestações de ácaros em colmeias.
De acordo com a pesquisa, quando expostos a concentrações similares dos dois pesticidas encontradas no meio ambiente, os circuitos de aprendizagem nos cérebros das abelhas logo param de funcionar.
"As duas classes de pesticidas juntas demonstraram ter um efeito negativo maior no cérebro das abelhas e que podem inibir o aprendizado das abelhas produtoras de mel", explica Christopher Connolly, do Instituto de Pesquisa Médica da Universidade de Dundee, no Reino Unido.
"As [abelhas] polinizadoras têm comportamentos sofisticados enquanto se alimentam, que exigem que aprendam e se lembrem de tratos florais associados à comida', acrescentou Geraldine Wright, do Centro de Comportamento e Evolução da Universidade de Newcastle.
"A interrupção desta importante função tem implicações profundas na sobrevivência de colônias de abelhas produtoras de mel porque as abelhas que não conseguem aprender não conseguirão encontrar comida", emendou.
Eduardo Pioli Alberti fez a foto no Parque Tingui, em Curitiba. Ele estava somente testando a câmera de seu celular.  "A abelha ficou parada porque tinha acabado de bater no meu óculos e cair na flor", afirma  (Foto: Eduardo Pioli Alberti/VC no G1)Apicultores de diversos países estão preocupados com o chamado 'distúrbio de colapso das colônias', que causa desaparecimento das colmeias (Foto: Eduardo Pioli Alberti/VC no G1)
A descoberta foi feita em meio a um intenso debate sobre o uso continuado de neonicotinoides. Há duas semanas, países europeus rejeitaram uma proposta de proibição por dois anos do grupo de inseticidas que atinge o cérebro, depois da oposição da indústria agroquímica.
Apicultores (criadores de abelhas) de Europa, América do Norte e de outras partes do mundo estão preocupados com o chamado distúrbio de colapso das colônias, um fenômeno no qual abelhas adultas abruptamente desaparecem das colmeias - algo que tem sido atribuído a ácaros, vírus e fungos, pesticidas ou a uma combinação destes fatores.
As abelhas são 80% dos insetos polinizadores de plantas. Sem elas, muitos cultivos seriam incapazes de frutificar ou teriam que ser polinizados a mão. Os cientistas afirmam que suas descobertas podem levar a uma reavaliação do uso de pesticidas.
"Nossos dados sugerem que o uso amplo de coumafos como acaricida é um risco desnecessário para a saúde das abelhas melíferas", afirmou Connolly, que propôs o uso de ácidos orgânicos como sendo mais apropriado para o controle de ácaros nas colmeias.
Agrotóxico (Foto: Rede Globo)Situação é catastrófica, aponta porta-voz de
apicultores na França (Foto: Rede Globo)
Em termos de pesticidas para a proteção de cultivos, a indústria agroquímica argumenta que alternativas aos neonicotinoides seriam mais tóxicas para as abelhas. "Uma comparação direta das alternativas parece ser o único caminho" para encontrar a opção menos nociva, afirmou o cientista.
Em um comentário do estudo, o professor de Apicultura Francis Ratnieks, da Universidade de Sussex, disse que as concentrações usadas na pesquisa pareciam altas. "Não surpreende que altas concentrações de inseticidas sejam nocivas, mas não sabemos se os baixos níveis de inseticidas neonicotinoides no néctar e no pólen de plantas tratadas também são nocivos no mundo real", acrescentou.
Além disso, o uso de coumafos é ilegal em grande parte da Europa e não é amplamente usado nos Estados Unidos, afirmou Ratnieks, citado pelo Science Media Centre, em Londres.
Nesta quarta-feira, apicultores franceses pediram ao Ministério da Agricultura a proibição de pesticidas neonicotinoides, enquanto a Comissão Europeia (CE) analisa a adoção de uma norma específica sobre o caso.
"A situação é catastrófica", disse Henri Clément, porta-voz dos apicultores franceses, afirmando que a taxa de mortalidade das abelhas passou de 5% na década de 1990 para 30% atualmente, o que provocou uma redução dramática na produção de mel na França, para 16.000 toneladas.
Clément se reuniu com os legisladores, aos quais pediu apoio ao seu apelo pela proibição dos neonicotinoides, e pediu a criação de um "comitê de apoio a alternativas aos pesticidas".
Este ano, a CE já propôs a suspensão do uso de três produtos neonicotinoides nas culturas de milho, canola, girassol e algodão, pois estes componentes contribuem para uma alta notável na mortalidade das abelhas.

Da France Presse

Fonte de renda, maior faixa contínua de manguezal do mundo corre perigo


Um estudo internacional, publicado no mês passado, revela: está no Brasil a maior faixa contínua de manguezal do mundo.


Um estudo internacional, publicado no mês passado, revela: está no Brasil a maior faixa contínua de manguezal do mundo. Mas essa fonte de alimento e renda para milhares de brasileiros corre perigo. É o que mostram Vladimir Netto e Hélio Gonçalves na segunda reportagem da série especial que o Jornal Nacional apresenta esta semana.
São milhões de litros de água sendo despejados pelos rios no mar a todo momento. E uma imensa floresta: a maior faixa contínua de manguezal do mundo. Começa perto de Belém do Pará e vai até São Luis do Maranhão.
“Esses manguezais têm uma área de sete mil e quinhentos quilômetros, que é uma área superior aos manguezais da Índia e Bangladesh e os manguezais de Papua-Nova Guiné, que têm aproximadamente seis mil quilômetros de extensão”, diz o geólogo Pedro Walfir.
No país todo, são mais de 11 mil quilômetros quadrados de manguezais espalhados do Amapá até Santa Catarina. Mas só no Norte do Brasil ele encontrou condições tão boas para crescer. Basta olhar as árvores.
O mangue vermelho faz verdadeiras esculturas na floresta. O mangue preto espalha suas raízes que saem da lama em busca de oxigênio. Pelas folhas, expulsa o sal do mar.Na Amazônia, com a grande quantidade de chuva e a imensidão dos rios, a água fica menos salgada. Por causa disso, do sol forte o ano inteiro e da lama rica em nutrientes, as árvores de mangue crescem mais, e algumas chegam a 40 metros de altura.
“O truque para ela se adaptar ao manguezal é conseguir eliminar o sal do organismo”, explica o biólogo Marcus Fernandes.
Nesse ambiente, as aves se multiplicam. O guará tem a cor que tem por causa do que ele come no manguezal. Há também muitos peixes e, claro, caranguejos, espécie-chave para esse ecossistema.
“Quando eles cavam suas tocas, as suas galerias, eles estão cavando o meio pelo qual o ar entra no chão do manguezal, no chão do manguezal, e isso é importante para o sistema”, acrescenta Marcus Fernandes.
Na beira do rio, aparecem três catadores. Os mais velhos de 12 irmãos que vão tirar o sustento de toda a família do manguezal, ou mangal, como eles chamam. Para entrar na lama eles vestem calça, luva e sapato, e rapidamente nos deixam para trás.
Andar por lá não é nada fácil. Exige esforço físico, coordenação, sorte e não pode pisar longe dos galhos. Se pisar longe dos galhos, já era. Você não tem a menor chance.
Logo a roupa e a pele se misturam à lama. Em meia hora, mais de 20 caranguejos. “O almoço já tem. Nós viemos só tirar mesmo para fazer o assado quando chegar em casa”, diz um dos meninos.
Eles lavam os caranguejos no rio sob a chuva da Amazônia. São para o almoço. Mas na maioria das vezes os caranguejos vão mesmo é para o mercado.
Na feira de Bragança, norte do Pará, caranguejo não falta.
“Aqui é domingo a domingo. Quando não tem, o pessoal está procurando, tem que ter todo dia”, conta um vendedor.
Muitos não aguentam e morrem. A cena incomoda até quem é de lá.
“Isso não é comida típica para a gente, isso é alimentação diária. A gente fica com medo de o tempo comprometer. A falta de consciência de conservação e preservação e comprometer o futuro da espécie”, reflete o vidraceiro Fábio José Ribeiro dos Santos.
O pesquisador acha que é possível preservar o manguezal para as próximas gerações. “Eu acredito que os manguezais podem garantir e coexistir com futuras gerações desde que a gente tenha habilidade para utilizá-lo de forma sustentável e as nossas autoridades tenham a sabedoria de aprovarem leis que permitam a conservação desse ecossistema”, conclui o geólogo Pedro Walfir.

Manguezais são reconhecidos como aliados contra o aquecimento global

No sobe e desce das marés, onde o rio encontra o mar, nasce o manguezal, um dos ecossistemas mais produtivos e generosos da Terra.


Um ecossistema que décadas atrás era desprezado foi reconhecido pelos cientistas como um grande aliado no combate ao aquecimento global. É o manguezal, tema da série de reportagens especiais de Vladimir Netto e Hélio Gonçalves que o Jornal Nacional começa a exibir nesta quinta-feira (28).
No sobe e desce das marés, onde o rio encontra o mar, nasce o manguezal, um dos ecossistemas mais produtivos e generosos da Terra.
“Ele garante abrigo sem cobrar nada. Ele garante alimento sem cobrar nada. Ele purifica a água sem cobrar nada. Não é uma mãe?”, explica a bióloga Yara Schaeffer-Noveli.
Um ambiente que soube se adaptar a condições extremas: árvores que aguentam a água salgada e equilibram as raízes na lama trazida pelos rios. Características únicas que são estudadas há décadas no manguezal de Cananéia, litoral sul de São Paulo, por pesquisadores como a bióloga Marília Cunha-Lignon.
“O monitoramento dá para a gente a saúde do manguezal, por exemplo, aqui a gente tem certeza que são manguezais extremamente conservados, são manguezais que estão produzindo recurso natural”, aponta Marília.
Cada vez mais estudado, o manguezal é visto hoje como um dos maiores aliados do homem na luta contra os efeitos do aquecimento global. A lama, que filtra a água, soterra toneladas de sedimentos trazidos pelo rio.
“Então nós temos um controlador de efeito estufa. O manguezal tem uma competência de fixar carbono dez vezes superior ao das florestas tropicais. Isso é bastante novo. Isso é muito recente, essa informação”, reforça Yara.
Além de tudo, o mangue ainda é o berçário da vida marinha. O emaranhado de raízes submersas abriga centenas de espécies de animais.
“O baiacu é uma das primeiras espécies de peixe que entram quando a maré enche. O baiacu sem espinho. É um filhote. Está procurando a região justamente para se proteger entre as raízes”, conta Marília.
A pesca costeira depende muito dessa proteção. Na região de Cananéia, a pesca é a principal atividade econômica. Um lugar onde a profissão de pescador ainda passa de pai para filho. Dessas águas, saem 70% de tudo o que é pescado no litoral de São Paulo. De acordo com especialistas, essa grande quantidade de peixes é resultado direto da conservação dos manguezais.
Mas nem sempre foi assim. Uma vez a ostra quase acabou no manguezal. A saída foi  criar uma reserva extrativista e controlar a produção.
O pescador Chico Mandira é o líder de uma comunidade quilombola que vive do mangue há mais de 30 anos. Ele saiu para catar ostras e nós acompanhamos esse trabalho.
Na canoa, Mandira e o filho Luiz contam que eles mesmos vigiam tudo com ajuda de outros pescadores. Ostras, por exemplo, ficam no viveiro para crescer até o tamanho certo para a venda.
“A quantidade de ostra que tinha no mangue já estava assim quase em extinção. Aí a gente criou uma regra dentro da comunidade para que o pessoal respeitasse o tamanho também. Aí isso veio agregar mais ostra”, lembra Chico.
Hoje, Chico recolhe 10 mil dúzias por ano, em média. A produção é vendida por uma cooperativa de pescadores. “Se você cuidar, você vai ter mais. Você vai tirar o seu sustento e vocês vão ter mais. Quanto mais você cuidar, mais você vai ter”, diz ele.
Depois de uma manhã de muito trabalho, em casa, a mesa farta é o resultado do que Chico acabou de falar.
“Hoje vai ter arroz, feijão. Vai ter farofa de ostra, ostra in natura e ostra gratinada. Ostra é o prato principal”, diz a mulher.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Estudo mostra que pesticidas neonicotinoides e organofosfatos afetam o cérebro das abelhas



abelha

Pesticidas usados por fazendeiros para proteger cultivos e colmeias podem embaralhar os circuitos cerebrais das abelhas melíferas (produtoras de mel), afetando sua memória e sua capacidade de navegação, necessárias para encontrar comida, alertaram cientistas nesta quarta-feira. Matéria da AFP, no Yahoo Notícias, com informações adicionais do EcoDebate.
Segundo artigo [Cholinergic pesticides cause mushroom body neuronal inactivation in honeybees] publicado na revista científica Nature Communications, isso poderia ameaçar colônias de abelhas inteiras, cujas funções polinizadoras são vitais para a produção de comida para nós, humanos.
A equipe de cientistas estudou os cérebros de abelhas produtoras de mel no laboratório, expondo-as a pesticidas neonicotinoides usados em lavouras, e a organofosfatos, o grupo de inseticidas mais usado no mundo – neste caso, o coumafos -, às vezes utilizado para controlar infestações de ácaros em colmeias.
Segundo os cientistas, quando expostos a concentrações similares dos dois pesticidas encontradas no meio ambiente, os circuitos de aprendizagem nos cérebros das abelhas logo param de funcionar.
“Juntas, as duas classes de pesticidas demonstraram ter um efeito negativo maior no cérebro das abelhas e que podem inibir o aprendizado das abelhas produtoras de mel”, explicou à AFP um dos co-autores do estudo, Christopher Connolly, do Instituto de Pesquisa Médica da Universidade de Dundee.
“As polinizadoras têm comportamentos sofisticados enquanto se alimentam, que exigem que aprendam e se lembrem de tratos florais associados à comida”, acrescentou sua colega, Geraldine Wright, do Centro de Comportamento e Evolução da Universidade de Newcastle.
“A interrupção desta importante função tem implicações profundas na sobrevivência de colônias de abelhas produtoras de mel porque as abelhas que não conseguem aprender não conseguirão encontrar comida”, emendou.
A descoberta foi feita em meio a um intenso debate sobre o uso continuado de neonicotinoides.
Há duas semanas, países europeus rejeitaram uma proposta de proibição por dois anos do grupo de inseticidas que atinge o cérebro, depois da oposição da indústria agroquímica.
Apicultores (criadores de abelhas) de Europa, América do Norte e de outras partes do mundo estão preocupados com o chamado distúrbio de colapso das colônias, um fenômeno no qual abelhas adultas abruptamente desaparecem das colmeias – algo que tem sido atribuído a ácaros, vírus e fungos, pesticidas ou a uma combinação destes fatores.
As abelhas são 80% dos insetos polinizadores de plantas. Sem elas, muitos cultivos seriam incapazes de frutificar ou teriam que ser polinizados a mão.
Os cientistas afirmam que suas descobertas podem levar a uma reavaliação do uso de pesticidas.
“Nossos dados sugerem que o uso amplo de coumafos como acaricida é um risco desnecessário para a saúde das abelhas melíferas”, afirmou Connolly, que propôs o uso de ácidos orgânicos como sendo mais apropriado para o controle de ácaros nas colmeias.
Em termos de pesticidas para a proteção de cultivos, a indústria agroquímica argumenta que alternativas aos neonicotinoides seriam mais tóxicas para as abelhas.
“Uma comparação direta das alternativas parece ser o único caminho” para encontrar a opção menos nociva, afirmou o cientista.
Em um comentário do estudo, o professor de Apicultura Francis Ratnieks, da Universidade de Sussex, disse que as concentrações usadas na pesquisa pareciam altas.
“Não surpreende que altas concentrações de inseticidas sejam nocivas, mas não sabemos se os baixos níveis de inseticidas neonicotinoides no néctar e no pólen de plantas tratadas também são nocivos no mundo real”, acrescentou.
Além disso, o uso de coumafos é ilegal em grande parte da Europa e não é amplamente usado nos Estados Unidos, afirmou Ratnieks, citado pelo Science Media Centre, em Londres.
Nesta quarta-feira, apicultores franceses pediram ao Ministério da Agricultura a proibição de pesticidas neonicotinoides, enquanto a Comissão Europeia (CE) analisa a adoção de uma norma específica sobre o caso.
“A situação é catastrófica”, disse Henri Clément, porta-voz dos apicultores franceses, afirmando que a taxa de mortalidade das abelhas passou de 5% na década de 1990 para 30% atualmente, o que provocou uma redução dramática na produção de mel na França, para 16.000 toneladas.
Clément se reuniu com os legisladores, aos quais pediu apoio ao seu apelo pela proibição dos neonicotinoides, e pediu a criação de um “comitê de apoio a alternativas aos pesticidas”.
Este ano, a CE já propôs a suspensão do uso de três produtos neonicotinoides nas culturas de milho, canola, girassol e algodão, pois estes componentes contribuem para uma alta notável na mortalidade das abelhas.
Cholinergic pesticides cause mushroom body neuronal inactivation in honeybees
Nature Communications4, Article number: 1634
doi:10.1038/ncomms2648
www.nature.com

Diminuição significativa da biodiversidade pode aumentar chances de doenças


desmatamento na Amazônia
Mapa elaborado pelo Imazon

A relação entre biodiversidade e transmissão de doenças vem sendo debatida por especialistas em todo o mundo. Com as constantes mudanças climáticas e a diminuição significativa da biodiversidade, principalmente nos grandes centros urbanos, uma questão muito abordada é como as alterações na biodiversidade podem afetar a transmissão de doenças. A Fiocruz – por meio do Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para a Biodiversidade (Probio), que faz parte do Programa Institucional Biodiversidade & Saúde da Vice-Presidência de Pesquisa e Laboratórios de Referência – tem trabalhado nessa temática, com intuito de alertar que a biodiversidade equilibrada é uma excelente aliada na prevenção da transmissão de agentes etiológicos de doenças, especialmente daqueles que demandam vetores para completar o ciclo biológico.
Coordenado pela pesquisadora Márcia Chame, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), o Probio está em sua segunda edição e conta com a subcoordenação de Norma Labarthe, também pesquisadora da Fiocruz. Em entrevista ao Informe Ensp, falou sobre a relação entre biodiversidade e transmissão de doenças. Segundo ela, a inclusão do conhecimento científico disponível nos dispositivos legais e criação de guias de vigilância seriam ações governamentais possíveis para reduzir a disseminação de doenças tendo a natureza como aliada. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra.
Qual é a relação entre biodiversidade e disseminação de doenças por vetores, como carrapatos, mosquitos, roedores e outros animais?
Norma Labarthe: O ponto de partida dessa reflexão é: biodiversidade equilibrada é uma excelente aliada na prevenção da transmissão de agentes etiológicos de doenças, especialmente daqueles que demandam vetores para completar o ciclo biológico. A relação nem sempre é direta, mas, simplificando um sistema altamente complexo, podemos dizer que a biodiversidade conservada reduz a disseminação.
Cientistas – inclusive pesquisadores de renomadas universidades internacionais – afirmam que, quanto maior a biodiversidade de uma região, menor é a transmissão de doenças para os homens. Já é possível explicar por que isso ocorre?
Norma: O conhecimento atual mostra que a simplificação da biodiversidade desequilibra as relações inter e intraespecíficas e, nesses casos, ocorre alteração dos padrões de transmissão de patógenos. Assim, a alteração pode ser no sentido da inclusão de humanos em um ciclo que antes não os incluía. Imaginemos que, no ambiente em questão, alguns hospedeiros que serviam como fonte alimentar para os vetores desapareceram. Concomitantemente, seres humanos, que são mamíferos de grande porte e, portanto, apresentam grande superfície para que os vetores hematófagos realizem suas refeições, tornaram-se abundantes. É provável que carrapatos e mosquitos infectados passem a se alimentar de sangue humano. Esse é um exemplo de como os vetores podem aproximar os parasitos que circulam no local dos seres humanos e, assim, aumentar as chances de haver emergência ou reemergência de novas doenças.
Poderia citar um exemplo concreto de como a mudança na biodiversidade afeta a transmissão de doenças?
Norma: Um exemplo bem conhecido é a doença de Lyme, nos Estados Unidos. O agente etiológico da doença é uma bactéria transmitida por carrapatos, cujo hospedeiro é um camundongo silvestre. O carrapato alimenta-se no roedor e também em outros pequenos mamíferos e passarinhos. Naturalmente, as fontes alimentares dos carrapatos são animais de pequeno porte. Logo, tais animais não têm sangue suficiente para alimentar grandes quantidades de carrapatos.
Quando apareceu, na região, grande quantidade de cervos, que são mamíferos grandes, a oferta de sangue ampliou. Consequentemente, a população de carrapatos também aumentou. Assim, a circulação de carrapatos e de bactérias passou a ser mais intensa. Ao entrarem nesse ambiente modificado, os seres humanos passaram a ser picados por carrapatos infectados pela bactéria e contraíram o que foi descrito como doença de Lyme.
O senso comum diz que, quanto menos animais ao redor, menor é a chance de disseminação de doenças. Essa premissa é falsa?
Norma: Generalizar é muito difícil. Se eu devolver a pergunta a você, modificando-a, qual seria a resposta? De qual espécie animal você pode contrair o maior número de doenças? Provavelmente, você pensou o mesmo que eu: de nós mesmos! Tudo o que pega em seres humanos pode pegar em mim. Seguindo esse pensamento, quanto mais parecidas as espécies entre si, maior risco elas têm de contrair alguma doença. Mas precisamos lembrar que, para oferecer perigo, o outro precisa albergar um parasito e que, se houver muitas espécies diferentes no ambiente, umas serão suscetíveis a ele e outras não. Então, se pensarmos friamente, verificaremos que as espécies resistentes (refratárias ao agente etiológico em questão) funcionam como uma barreira, um filtro natural que tenderá a proteger, e não ameaçar.
Para melhor compreensão de suscetíveis e resistentes, pode-se pensar em vacinados (resistentes) e não vacinados (suscetíveis) contra uma virose. Quando há poucos vacinados em uma comunidade, o risco a que estão expostos os suscetíveis é muito maior do que o risco dos suscetíveis numa comunidade onde há 90% de vacinados.
Diante dessa relação entre biodiversidade e transmissão de doenças, que ações o governo poderia tomar para reduzir a disseminação de doenças, usando a natureza como aliada?
Norma: Incluir o conhecimento científico disponível nos dispositivos legais e criar guias de vigilância seriam ótimas e viáveis ações.
Informe Ensp / Agência Fiocruz de Notícias

Dia Mundial da Água: Fluidez para os negócios


A economia clássica trata os recursos naturais como infinitos e a poluição causada pelas atividades humanas apenas como “externalidades”. Portanto, esses itens não entram na conta dos custos de produtos, industriais ou agrícolas. Com a água não é diferente. As contas das empresas não contabilizam seu custo e apenas com alguma relutância começam a incluir as despesas com o tratamento para devolver a água com boa qualidade aos rios, lagos e ao mar.
Da mesma forma os ambientalistas costumam apontar que os produtos em geral carregam embutidos milhares de litros d’água em sua cadeia produtiva. É comum o raciocínio de que, quando se exporta carne, o Brasil estaria embarcando quase 18 mil litros de água a cada quilo desse produto vendido ao exterior. Essa água, também chamada de água virtual, não está sendo enviada para fora do País, mas é necessária para a produção da carne e de qualquer outro produto, seja da indústria, seja do agronegócio. O importante é compreender que, sem a disponibilidade de água em grande volume e com boa qualidade, não é possível produzir absolutamente nada.

Metas. O Brasil já leva água a 90% dos alres, mas menos de 60% estão ligados à rede de esgoto. Foto: Jonne Roriz/ Estadão Conteúdo
Metas. O Brasil já leva água a 90% dos alres, mas menos de 60% estão ligados à rede de esgoto. Foto: Jonne Roriz/ Estadão Conteúdo

Para o professor Pedro Jacobi, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da USP, é importante contabilizar a água virtual, porque ela é parte dos impactos da produção. Além disso, ela precisa entrar na conta quando se discute a partilha da água entre seus diversos usos. “Quando se calcula a pegada hídrica de um setor da economia, ou em uma região, é importante conhecer os volumes de água necessários para a produção de bens e produtos”, explica o professor, considerado um dos principais especialistas no tema no País.
O Brasil é líder na exportação de carne bovina, com vendas em torno de 100 mil toneladas ao mês, o que significa a necessidade de algo como 1,8 quatrilhão de litros d’água para a produção em toda a cadeia desse alimento. Esse é um número difícil até de imaginar, mas não significa que essa água deixou de existir, apenas que foi utilizada em algum momento da cadeia de valor da carne: para a produção de ração, a formação de pastos, a alimentação do gado ou a lavagem nos diversos processos da indústria. Além disso, o País também lidera a área de produção de grãos e de outras formas de proteína animal. Lembre-se de que essas atividades estão espalhadas pelo território brasileiro. Portanto, essa água vem de centenas de bacias hidrográficas.
No campo da indústria, outro exemplo de grandes volumes de água é a fabricação de automóveis. Cada unidade necessita, em média, de 60 mil litros de água. Em 2012 foram produzidos 3,34 milhões de automóveis em todas as montadoras que operam no País. Isso representa a necessidade de 2 trilhões de litros d’água para abastecer as montadoras e fábricas de autopeças nesse período. Portanto, a disponibilidade de água de boa qualidade é uma necessidade para o abastecimento humano, para a produção rural e para o desenvolvimento da indústria.
O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, lembra um caso recente de uma indústria de computadores, a Foxcom, que quase recuou em seus planos de se instalar em Jundiaí (SP), por não se sentir segura em relação ao abastecimento de água na região. A cidade fica nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, sobrecarregados com o abastecimento da Região Metropolitana de Campinas, além de ter de fornecer água também para a área da Grande São Paulo.
O Brasil já conseguiu atingir as metas de distribuição de água potável estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio formulados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Elas propõem reduzir pela metade, até 2015, a quantidade de pessoas sem acesso à água de qualidade. O País já leva água tratada a mais de 90% das residências. No entanto, em relação à coleta e ao tratamento de esgotos, os indicadores ainda são muito baixos. Menos de 60% dos domicílios estão ligados a redes de coleta de esgotos e, de todo o esgoto coletado, menos de 40% é tratado antes de ser devolvido à natureza.
A distribuição padece de diversos males que comprometem, em alguns casos, mais da metade da água colocada nos canos e adutoras. As perdas têm custos estimados em bilhões de reais, uma vez que o volume que escoa para fora do sistema de distribuição não é tarifado. Ou pior, impacta para maior o preço da água tarifada. O quadro fica anda mais turvo quando se recuperam dados da ANA que apontam que 55% dos 5.565 municípios brasileiros vão enfrentar déficits no abastecimento e que em 16% deles não bastará apenas aumentar os investimentos, pois será necessário encontrar novas fontes. A ANA aponta a necessidade de mais de 20 bilhões de reais em investimentos para evitar falhas no fornecimento desse indispensável líquido até 2025.
Os volumes perdidos nas redes de distribuição fazem falta na oferta para o desenvolvimento de negócios nos estados e cidades, uma vez que o abastecimento humano é considerado prioritário. O economista Ignacy Sachs, especialista em planejamento e economia sustentável, acredita que a disponibilidade de água em fartura é uma das principais vantagens competitivas do Brasil no século XXI, além de sua matriz energética limpa, que também se baseia principalmente na oferta de água em abundância. Para ele, o País pode assumir uma importante liderança na oferta de produtos baseados na biodiversidade, com a produção de alimentos, biocombustíveis e matérias-primas para a indústria. Mas precisa melhorar seu planejamento no uso dos recursos naturais de forma a garantir a utilização racional dos materiais oferecidos pela natureza e, principalmente, não considerá-los infinitos, mas sim bens que precisam de uma gestão eficaz e compartilhada entre seus diversos usos.
A manutenção da qualidade nos mananciais e a redução do uso na produção industrial e agrícola são metas de muitas empresas que têm na água um de seus insumos fundamentais. Um dos itens de destaque nos relatórios de sustentabilidade das empresas é a meta de redução de seu uso nos próximos anos. A Dow, uma das principais empresas da área química, conseguiu reduzir seu consumo de água em 20%, entre 2009 e 2011, o que significou gastar cerca de 300 milhões de litros a menos. Outra gigante, desta vez do agronegócio, a Cargill, declarou em seu relatório de 2010 que obteve uma redução de 68% no volume de água utilizado para a produção de cana-de-açúcar. A Alcoa planeja uma redução de 30% de toda a água que utiliza até 2030. Na Unilever a meta é mais ambiciosa: reduzir 50% da quantidade associada ao uso de seus produtos pelos consumidores finais até 2020.
Cobrar pelo uso
Garantir a vantagem competitiva do Brasil na fabricação e exportação de bens requer a valoração da água
Desde 1997, o Brasil tem uma legislação específica sobre a gestão de recursos hídricos. Trata-se da Política Nacional de Recursos Hídricos, que instituiu os Comitês de Bacias Hidrográficas. E em 2000 foi criada a Agência Nacional de Águas (ANA), que tem poderes para estruturar a gestão da água no âmbito federal.
Garantir a vantagem competitiva do Brasil na fabricação e exportação de bens que necessitam de grandes volumes de água passa pela valoração desse recurso no processo produtivo. A partir de 1997, como parte da Política Nacional de Recursos Hídricos, ficou estabelecido o preceito de “Cobrança pelo uso da água”. Até então, pelo Código das Águas, de 1934, esse recurso era um bem de uso comum e gratuito. O que se cobra nas contas que chegam às residências todos os meses é o trabalho de captação, tratamento, distribuição e coleta de esgotos, mas não a água em si.
A primeira simulação de cobrança pelo uso da água foi feita no início da década de 1990 na Bacia do Rio Piracicaba. Hoje, esse instrumento já é utilizado em alguns estados como Paraná, Santa Catarina, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de em bacias federais, como a do Rio Paraíba do Sul, que atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ainda é um instrumento que apresenta controvérsias, mas é irreversível, segundo especialistas no setor. É considerado um dos principais expedientes para garantir uma correta partilha de uso de mananciais e também para manter a qualidade da água nas regiões onde é aplicado.
Por: Dal Marcondes

Mero, o Senhor das Pedras


O mero frequenta locais escuros como tocas submarinas, fundo de pedras, locais de naufrágios
e até mesmo plataformas, como na foto. 
Crédito: Athila Bertonchi
Para um desavisado leitor, o título de nossa matéria pode soar como o título de um filme de fantasia épica, com uma excitante trama, na veia de "Senhor dos Anéis" ou "Eragon". Infelizmente, a trama deste filme é mundana e bem conhecida: espécie animal, antes abundante, graças à caça (no caso, pesca) predatória hoje se encontra em risco de desaparecer. O protagonista da vez é o mero (Epinephelus itajara).

Nosso astro foi batizado Epinephelus itajara por um pesquisador alemão que esteve no Brasil no século XIX, segundo uma denominação tupi-guarani "senhor das pedras" ("ita", pedras; "jara", senhor). O nome é referência ao alto nível ocupado pelos meros na cadeia alimentar marinha e por seu hábito de se abrigar em lugares escuros, como grandes tocas entre as rochas.

O mero é um peixe marinho da família Serranidae, que habita águas tropicais e subtropicais do oceano Atlântico, podendo ser encontrado nas Bahamas e na maior parte do Caribe. Nos EUA, nos estados da Florida, Nova Inglaterra e Massachusetts. No leste do Oceano Atlântico, ocorre entre Congo e Senegal. No Brasil, praticamente ao longo de todo o litoral. É uma espécie que habita zonas de estuários e áreas costeiras (até 100 m de profundidade), isto é, em manguezais, costões rochosos, próximos de naufrágios, pilares de pontes e parcéis.

E. itajara, uma das maiores espécies de peixes marinhos, pode chegar a pesar de 250 kg a mais de 400 kg e medir até quase 3 metros. Estes gigantes estão situados bem alto na cadeia alimentar: seu cardápio consiste, principalmente, de crustáceos, lagostas e caranguejos. Partes de polvos, tartarugas e outros peixes também. Quando jovens alimentam-se de camarões, caranguejos e bagres marinhos. Longevos, vivem, em média, por 30 anos e podem alcançar 40 anos.

As características biológicas desta espécie a tornam muito vulnerável à pesca: possui taxa de crescimento lento e maturam tardiamente; atinge tamanhos impressionantes que lhe valem alto valor comercial (sua carne é muito desejada) e desportivo, quando capturados por caçadores submarinos; e, por fim, agrega-se para a reprodução – até 100, às vezes mais, indivíduos agregam-se para desovar em momentos e locais específicos.

Por anos, o mero vem recebendo atenção de pesquisadores em todo o oceano Atlântico em função do declínio de suas populações. Classificado como criticamente ameaçado na lista da IUCN, a espécie é protegida da pesca há mais de dez anos em todo o Golfo do México (que inclui litoral norte-americano). No Brasil, em 2002, esta espécie recebeu proteção através de uma proibição da captura, editada pelo IBAMA na Portaria nº 121 de 20 de setembro de 2002, prorrogada por mais por mais cinco anos na Portaria 42/2007. Ato contínuo, em outubro passado, a proteção foi estendida por mais três anos graças à Instrução Normativa Interministerial - INI nº 13: até 2015 ficam proibidos o transporte, a descaracterização, a comercialização, o beneficiamento e a industrialização do mero. Na iniciativa privada, ONGs como o Projeto Meros do Brasil, se colocam à favor da conservação do mero.

O homem, com sua ação predatória, novamente fica com o papel de vilão da trama. Mas, como sempre, também lhe cabe o papel do resgate heroico. Será que chegará a tempo de salvar o Senhor das Pedras?

Por: Rafael Ferreira
http://www.oeco.com.br

ONG lança publicação sobre mineração em Terras Indígenas


O Instituto Socioambiental (ISA) acaba de lançar a 4ª edição de Mineração em Terras Indígenas na Amazônia Brasileira 2013, publicação que reúne dados de exploração mineral dentro dos terrítórios índigenas localizados na Amazônia Legal.


O documento tem 112 páginas e agrega um conjunto de dados cruzados que o ISA buscou em decretos presidenciais, portarias do Ministério da Justiça e da Funai, além dos dados do Cadastro Mineralpublicados pelo Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM. Há informações sobre 104 processos titulados e 4.116 interesses minerários que incidem sobre 152 Terras Indígenas localizadas na Amazônia Legal.

Esta é a 4ª edição da publicação, que foi lançada pela primeira vez em 1987, no embalo das discussões sobre Terras Índigenas que seria travado no ano seguinte, na Constituinte. Outras edições vieram em 1998 e 2004.

Mineração em Terras Indígenas foi organizada por Alícia Rolla e Fany Ricardo, do Programa de Monitoramento de Áreas protegidas do ISA. Leia abaixo, na íntegra, ou faça o download aqui.


Por: ((o))eco

quarta-feira, 27 de março de 2013

Fundo ambiental seleciona projetos


Arquivo/MMARecuperação florestal: um dos projetos que podem ser financiadosRecuperação florestal: um dos projetos que podem ser financiados


MMA financiará projetos de educação ambiental, recuperação florestal, conservação e manejo da biodiversidade 

LUCAS TOLENTINO

Resta apenas um mês para a entrega de propostas a serem apoiadas pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) por meio de Demanda Espontânea. Até 26 de abril, representantes de organizações não governamentais e de órgãos públicos das esferas municipal, estadual e federal poderão enviar projetos voltados para áreas como recuperação florestal, conservação e manejo da biodiversidade, educação ambiental, entre outras. Ao todo, dez propostas serão contempladas pela seleção do FNMA deste ano.


O Fundo oferece R$ 3 milhões para o programa, destinado a iniciativas formuladas por entidades públicas e privadas sem fins lucrativos. O custo de cada um dos projetos pode variar entre R$ 100 mil e R$ 300 mil. O prazo de implantação e conclusão dos projetos deve ser de, no máximo, 18 meses.

TRÊS EIXOS

Os recursos são destinados a projetos em três diferentes eixos. Na área de água e florestas, serão aceitas propostas ligadas à recuperação de áreas degradadas, agroecologia e uso múltiplo de vegetação nativa. A segunda temática se refere a iniciativas de conservação e manejo da biodiversidade. Por fim, serão contemplados, ainda, projetos no eixo sociedades sustentáveis, que inclui educação ambiental e fortalecimento da gestão ambiental e de cooperativas de catadores de lixo.


Mais informações sobre a seleção podem ser encontradas no endereço eletrônico www.mma.gov.br/fnma. Os interessados deverão enviar as propostas para análise do Fundo por meio do Sistema de Convênios do Governo Federal (Siconv). Para conhecer a plataforma, os usuários poderão acessar o portal www.convenios.gov.br. Dúvidas sobre a Demanda Espontânea do FNMA podem ser enviadas para o e-mail fnma@mma.gov.br.

Criado pela lei nº 7.797 de 10 de julho de 1989, o FNMA é o mais antigo fundo ambiental da América Latina. É uma unidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem a missão de contribuir,como agente financiador, para a implantação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Ao longo dos 23 anos de existência, o Fundo apoiou 1,4 mil projetos socioambientais e investiu R$ 230 milhões em iniciativas de conservação e uso sustentável dos recursos naturais.
 
http://www.mma.gov.br