segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Crise do escamoteamento da discussão sobre a Política Ambiental Nacional e a Estadual - a opinião do Sr. João Climaco - CNRH

Rio Pindaré/MA ( Foto: Teresinho Alves/Reentrâncias)

Sobre ultima plenária




A ultima plenária do CNRH de 16.12 foi marcada pela

tentativa de Golpe da coordenação da Mesa que secretariava

os trabalhos formada por agentes públicos do MMA sob a

coordenação do Secretário Nacional de Recursos Hídricos e

Ambiente Urbano , para evitar os pedidos de vistas da

representação das ONGs que se posicionou contra as

resoluções que "estabelece critérios para determinar vazões

remanescentes em rios " e a que cria o Plano estratégico das

Bacias das Margens Direita do Amazonas" tendo em vista a

nossa posição pela necessidade de mais adequações à

legislação ambiental e à lei 9433 e seus princípios de usos

múltiplos e participação social. Tais resoluções privilegiam

setores específicos, ferem os princípios da equanimidade e

da soberania do CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HIDRICOS e

excluem outras variáveis conforme havia sido todos

alertados por nosso seguimento desde a tramitação das mesmas

nas Câmaras Técnicas dessse CNRH.



O secretário queria porque queria mudar o regimento dentro

da própria seção para impedir o posicionamento da rep das

Organizações civis na plenária. Querem criar condicionantes

para uso do instituto regimental do direito de pedido de

viostas quando um conselheiro não se sente contemplado e

suficientemente esclarecido sobre a legalidade de uma

decisão. No que foi criticado e impedido pelo bom senso de

parte da plenária que não aceitaou tamanha ridicularidade e

demonstração de autoritarismo. O que pra nós era uma

ilegalidade e clara manifestação de autoritarismo e

desrespeito ao interesse público, para esses agentes

públicos era uma questão de "afirmação de competência" numa

conjuntura marcada pelas inseguranças naturais da

necessidade de afirmação dos mesmos frente a nova

conjuntura, para poderem permanecer ou não nos seus cargos.





A plenária foi marcada por uma série de maneirismos e

escamoteação no sentido de desqualificar a representação e

os pleitos da representação das ONGs com as atitudes

tendenciosas e desprovidas de legalidade da mesa condutora

dos trabalhos representando a Ministra de Meio Ambiente. Uma

vergonha , descredito e desrespeito as pessoas sérias que

nesses últimos treze anos vêm tentando construir e por em

prática princípios e diretrizes para uma política pública

que não foi instituída pelo PT e que estes, no final do

governo LULA, esmera-se em colocar pessoas sem estatura que

se orgulham e em adotar condutas inapropriadas e sem a

consistência que se requer de uma secretaria de um CONSELHO

de uma política pública do MMA. Um verdadeiro serviço sujo.



O instinto de sobrevivência burocrática e autoproteção são

única explicação para a acintosa atitude da mesa para

atender interesses de grupos corporativistas e

tecnocráticos que de tão inseguros protagonizaram cenas de

ridículo vista pelos movimentos sociais de todo o Brasil

através da internet. Foi a ausência de clareza e da

vergonha dos atuais responsáveis da SRHU para assumirem

publicamente sua missão perversa de por em prática o atual

projeto de desmonte dos instrumentos da POLITICA NACIONAL

DE RECURSOS HÍDRICOS. A ultima seção plenária do CNRH deu

oportunidade de surgirem comportamentos dessa natureza.

As vinculações e as atitudes subalternas desses atores ao

segmento governo desqualificam A CADA DIA a importância de

um conselho de Estado como o CNRH e Revelam ao publico a

ausência de firmeza de valores na tomada de decisões e

experiência na gestão da política de recursos hídricos. Os

atuais agentes gerentes da Secretaria de RECURSOS Hídricos

manobraram claramente para esvaziar a participação DA NOSSA

REPRESETNAÇÃO NAS VAGAS câmaras Técnicas já negociadas na

ctil.

O CNRH nesses últimos quatro anos, tornou-se um problema

para A ELITE GERENCIAL do GOVERNO que optou pelo caminho

aparentemente mais fácil de tentar flexibilizar obrigações e

normativos para os usos das águas públicas e rios

brasileiros. De fato temos um marco que referencia ESSA

DESILUZÃO que foi o momento que o Governo teve que ir contra

todos os princípios legais e o CBH São Francisco para

aprovar e desmontar as decisões das instâncias locais que

se posicionaram contra a forma da condução da transposição

desse Rio.

De lá para cá tem sido grande os esforços para se desmontar

resolução que definiam diretrizes para aplicação de

instrumentos legais que contenha reivindicações dos

movimentos sociais e princípios de descentralização e

fiscalização na tomada de decisão. Nessa ultima reunião do

Conselho a conduta deplorável do secretário em fugir de

encaminhamentos concretos acerca de nossos questionamentos

sobre as outorgas comprovadamente ilegais em MG foi risível

para não dizer trágico. Evitou-se a todo o momento

debaterem-se questões de interesses da sociedade para

atuar-se na regulamentação de institutos que beneficiam um

setor ou uma elite gerencial do governo. Resultado,

judicializamos a questão na esperança que a justiça se

imponha, pois essas pessoas pensam questão em um reino

encantado chamado SISTEMA DE GESTÃO DE RECURSOS HIDRICOS E

NÃO UMA POLITICA PUBLICA NACIONAL PARA GESTÃO DAS AGUAS

PÚBÇICAS BRASILEIRAS.



Este cenário agrava-se pela VISIVEL estratégia espúria de

desvalorizar o papel POLITICO DO CNRH, DOS CBHS EM NÍVEL

REGIONAL E LOCAL ATRAVÉS DOS MAIS diversos artifícios

tornando-os apêndices de ninhos de grupos de consultorias

associados aos empreendimentos de uso intensivo das águas

provocando nesses colegiados agendas pobres, destituídas de

Informação E AFIRMAÇÃO DAS DEMANDAS DA SOCEIDADE QUE DELES

PARTICIPAM.



De lá para cá o CNRH TEM SIDO alvo de constantes tentativas

dedesqualificação e desmobilização de seu caráter

deliberativo tanto pela incompetência proposital de membros

do governo escalados para secretaria-los em nome do MMA do

que pela ausência de acatamento das propostas da sociedade

para o cumprimento de sua verdadeira missão. Utiliza-se

irresponsavelmente a prerrogativa de ser maioria numérica

sem incorporar princípios legais da legislação das águas

constantemente alertados por nossa representação. O Governo

reforça o papel da ANA e esvazia a capacidade de formulação

do CNRH, sobretudo às vezes em que setores sociais sejam lá

através da representação das org. civis ou diretamente.

cobram algum posicionamento. Ai os grupos burocráticos e

tecnocráticos se apressam em esvaziar propostas e

desqualificar as demandas e seus atores. O CNRH DE FATO tem

revelado uma terrível contradição do Estado Brasileiro na

sua dificuldade de construir uma democracia de direito

participativa bem como a forma como este está subalternizado

por grupos desprovidos de valores da democracia e soberania

do país.



Pelo que se vivencia no CNRH, constatamos um exemplar

laboratório de construção de indisiocrasias políticas em

prejuízo à gestão colegiada e ao interesse público.



De fato o CNRH, os comitês de bacias estão sendo esvaziados

através do artificialismo de suas representações, pois é um

problema para os atuais governantes brasileiros

•. que não tem sido capazes de entender as imensas

possibilidades da gestão participativa na construção de

novos valores, novos processos e um estado democrático. E

que também não poderia ser de outro jeito quando se trabalha

com um bem especial que são as águas do povo. Todas as vezes

que algum CBH ou representação social que neles qualificam e

politizam demandas de interesse público.

O que aconteceu na plenária do CNRH aponta e desmascara qual

o papel e sensibilidade do governo em relação ao futuro das

águas e dos rios do país. Desmascara uma ignorância e

desconhecimento dos atuais gestores oriundos do segmento do

saneamento nomeados pelo MMA para secretariar o CNRH

revelando o grau de desimportância e desconhecimento dos

princípios da gestão das águas de forma compartilhada e

democrática.



O CNRH É FORMADO POR 58 MEMBROS sendo que apenas dois

representa as organizações civis que marcam posição contra

retrocessos cada vez mais evidentes que são tentados a todo

tempo e justificados paradoxalmente pelo próprio

desvirtuamento do mesmo.



O que está acontecendo com a POLITICA NACIONAL DE RECURSOS

HIDRICOS é uma vergonha... ela está travada ...e os atores

governamentais preferem apelar para artificio do

burocratismo autoritário tecnocrático PARA FERIR DIREITOS e

agredir a inteligência da sociedade brasileira. O Brasil

ainda no regime militar gerou o AUTORITARISMO BUROCRÁTICO

que, ao que parece nele se espelha esse comportamento. Se

não fosse o combate sistemático da soc brasileira e seus

movimentos a esse tipo de comportamento, seria muito mais

difícil a história ter andado... como andou ..e nos

desvencilharmos dessa versão de dominação perpetrada por

esses grupos; Em função disso estamos cumprindo uma nobre

missão ao país contra esse retrocesso.



Esses patrimonializam e demonizam o Estado, encarece o

trabalho de todos; travestidos de várias siglas inclusive as

do PT, OU escondendo-se SEJA LÁ em QUE, continuarão se

aproveitando da desinformação da cultura da água infinita,

continuarão torturando a democracia e o patrimônio

Hídrico brasileiro.



Nós estamos lá no CNRH. De olho nesse laboratório perverso

e que em 2011 possamos ter condições para mostrar a

sociedade brasileira por que, a mercê da continuidade desse

processo de esvaziamento políticos dos princípios das leis

ambientais e de recursos hídricos e dos colegiados, daqui a

10 anos ou mais, já não poderemos ter a maioria das

espécies de peixes... e o acesso a água ficará caro como uma

solução desejada por poucos, um problema que gerará uma

grande movimentação de capital, onde poucos ganham e muitos

perderão tais como as comunidades tradicionais, as

populações ribeirinhas, as comunidades urbanas de periferia.

O problema está nos meios (que são as instâncias de tomada

de decisão) e não um fim imaginário e reacionário A mercê

do ritmo em que os processos políticos se estabelecem e como

se estabelecem no país atualmente.



Por: Joao Clímaco - Conselheiro do CNRH
http://www.fonasc.org.br/

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