Apesar das declarações do diretor executivo da Rio+20, Brince Lalonde, de que a Amazônia não terá um foco especial na conferência, este pode ser o momento ideal para discutir o desenvolvimento sustentável e a conservação deste bioma de importância mundial. Esta é a conclusão de alguns especialistas da bacia amazônica ouvidos por ((o)) eco a respeito da importância do debate sobre a floresta neste momento histórico. Quais discussões países da Panamazônia poderiam propor durante a Rio+20? Por que é importante dar mais destaque para a floresta?
Brasil
TELMA MONTEIRO, pedagoga, pesquisadora independente, socioambientalista e ativista ambiental
“Não restam dúvidas de que a Amazônia deve ser o tema central da Rio+20, pois a sobrevivência humana depende da integridade deste que é o mais importante bioma da Terra. O Brasil deveria, junto com seus vizinhos amazônicos, assumir um papel que lhe está destinado, mas que dado o seu alcance e dimensão, ainda não foi assimilado: o de mostrar ao mundo que a Amazônia deve ser preservada a qualquer custo. É preciso ouvir o que ela tem a dizer, através dos seus povos”.
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Peru
ISABEL CALLE VALLADARES, diretora do Programa de Política e Gestão Ambiental da Sociedade Peruana de Direito Ambiental
“Temas que o Peru deveria pôr em discussão na conferência são a implementação de instrumentos de gestão ambiental que levem em conta impactos cumulativos e sinérgicos que poderiam afetar a Amazônia, a criação de um sistema de informação florestal, de monitoramento e contabilidade de desmatamento e degradação, bem como incentivos econômicos e financeiros para o manejo e a conservação. Países amazônicos deveriam propor acordos em nível global para a proteção da Amazônia”.
Bolívia
LORENA TERRAZAS, diretora Rede Paz Integração e Desenvolvimento, Ponto Focal Rio+Vos
“A Amazônia deve ser tão respeitada quanto nossa Mãe Terra, este será o discurso da Bolívia. Durante a Rio+20 precisamos discutir desenvolvimento (leia desenvolvimentismo), impactos socioambientais da destruição do bioma e o quanto isso está ligado com as mudanças climáticas”.
Equador
VERÓNICA QUITIGUIÑA, analista de políticas e relações institucionais da Finding Species
“Queremos falar do reconhecimento da importância da floresta para a manutenção da vida e resgatar a cosmovisão indígena. A proposta do Equador para a Rio+20 incluirá estes temas, com foco abrangente em outras regiões importantes do planeta”.
Venezuela
ALEJANDRO ÁLVAREZ IRAGORRY, biólogo, consultor em educação ambiental, membro do Fórum Venezuelano de Educação Ambiental
“Esta é uma oportunidade para focar nos desafios da sustentabilidade real. Problemas deverão ter soluções criativas, democráticas e participativas. No caso da Amazônia, embora não limitada a ela, é necessário criar processos para trabalhar no desenvolvimento de novas propostas que respondam simultaneamente às realidades ambientais, sociais e econômicas a partir do diálogo de saberes. As propostas devem ser fundamentadas nos processos de formação, comunicação e participação mútua em todos os setores e na apropriação, adaptação e reinterpretação cultural das novas tecnologias a partir das visões dos povos indígenas e das comunidades que habitam na Amazônia”.
Colômbia
JEAN CARLOS JIMÉNEZ FUENTES, diretor nacional executivo Comitê Impulso Colômbia Rio+20
“A Amazônia deve ser um tema debatido na Rio+20, já que o princípio de economia verde que incorpora a conferência implica em um conjunto de estratégias de reorientação de investimentos que vão ter impacto significativo na Amazônia. Devemos nos mobilizar para que o governo colombiano fale da Amazônia como tema central. Para o mundo, para todos, grande parte da sobrevivência dos povos depende do que possa vir a acontecer com a Amazônia. Ela deve ser um dos epicentros do debate na Rio+20”.
Saiba mais
Entenda a Rio+20
www.oeco.com.br/
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