(Bruxelas, 24 de abril de 2012) Centenas de ONGs em Ásia, América Latina, África, América do Norte e Europa, estão protestando contra o processo de estabelecimento das diretrizes de certificação da aquicultura de incentivada pela WWF.
A conversão de mangues e áreas costeiras em fazendas para criação de camarão orientada para a exportação está causando a degradação dos ecossistemas marinho costeiros, principalmente os manguezais. O aumento da vulnerabilidade costeira a furacões, tsunamis e a libertação de grandes quantidades de carbono, contribuindo assim ao aumento dos efeitos às mudanças climáticas. Populações costeiras em países tropicais têm sido particularmente afetadas pela perda de seus territórios e meios de subsistência. Somado a isso, a indústria do camarão é acusada de violar os direitos humanos.
A mais recente Avaliação Ecossistêmica do Milênio realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), concluiu que existe uma perda líquida econômica pela criação de camarão em manguezais e umidades, recorda Natasha Ahmad, coordenadora da ASIA (Asia Solidarity Against Industrial Aquaculture), uma rede de 18 organizações em oito países asiáticos.
Á certificação que WWF pretende construir legitima esta situação, dando um “selo verde” para cultivo de camarão. As diretrizes de certificação estão sendo finalizadas e em breve serão entres a um organismo de certificação chamado Aquaculture Stewardship Council (ASC). A etiqueta do ASC para “pescado de viveiro produzido de forma responsável” foi anunciada há uma semana e será apresentada durante a Exposição Européia de Alimentos Marinhos no dia 25 de abril em Bruxelas. As diretrizes foram desenvolvidas pela WWF e a indústria do camarão em um “diálogo” questionável chamado Diálogo sobre carcinicultura, liderado por um Comitê de Gestão Geral (SHAD / GSC).
Segundo Khushi Kabir (Coordenadora da Nijera Kori, uma ONG que trabalha com cerca de 650.000 pessoas em vários distritos costeiros de Bangladesh), “a destruição dos manguezais e áreas costeiras, as múltiplas violações dos direitos humanos e os problemas de insegurança alimentar, devido à indústria do camarão não devem ser tolerados ou incentivados, porque é exatamente o que essas chamadas diretrizes de certificação do camarão vão fazer”.
A WWF investiu quatro anos e gastou pelo menos US$ 2 milhões para desenvolver estas diretrizes sem a participação dos interessados e das comunidades afetadas pela indústria do camarão ou das organizações sociais que apoiam estas comunidades. As normas propostas perpetuam o modelo insustentável e destrutivo da aquicultura industrial.
Estudos recentes comprovam que os sistemas de certificação da carcinicultura já desenvolvidos na América Latina não têm demonstrado qualquer mudança na lógica degradante desta indústria, ou na relação das injustiças ambientais estabelecidas com os territórios e as populações que vivem dos manguezais. Por outro lado, estes sistemas visam legitimar uma atividade que representa uma séria ameaça para os ecossistemas e as comunidades costeiras dos países do sul. Da mesma forma, WWF pretende “maquiar” uma indústria corrupta e insustentável por meio da certificação”, diz Luciana Queiroz da Redmanglar internacional, uma rede de 254 organizações em 10 países da América Latina.
Nesse sentido, organizações e redes na Ásia, América Latina e África, que representam mais de 300 organizações relacionadas ao ambiente costeiro e os meios de vida das comunidades, assinaram uma carta de protesto ao WWF. Além disso, até agora foram adicionados cerca de 30 ONGs na Europa e EUA, assim como muitas pessoas e indivíduos que assinaram uma carta em rejeitando às regras de certificação (ver link abaixo). Provocamos a WWF para praticar a sua missão: “parar a degradação dos ambientes naturais do planeta e construir um futuro no qual os seres humanos vivam em harmonia com a natureza através de seus princípios orientadores para a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais”- e retirar-se dos processos de certificação da aquicultura industrial de camarão tropical.
CONTATOS
Bruselas/Europa: Gudrun Hubendick, Stockholm Society for Nature Conservation,gudrunhubendick@hotmail.com Tel.: +46702668473 (Please call this number if you wish to meet some of the protesters in Brussels on April 24 or 25.)
España: Lydia ChaparroLydia Chaparro, Ecologistas en Acción, pesca@ecologistasenaccion.orgTel.:+34657361673
Asia: Natasha Ahmad, Asia Solidarity Against Industrial Aquaculture
localchingri@gmail.com, Tel.: +8801711650318, +919830537643
Norte América: Alfredo Quarto, Mangrove Action Project, mangroveap@olympus.net,Tel.: +1360452 5866
Latino América: Luciana Queiroz, Red Manglar Internacional, luvitales@gmail.com, Tel.: +34622325538
Mais informação
Dados sobre carcinicultura industrial
http://www.mangroveactionproject.org/issues/shrimp-farming/shrimp-farming
La carta abierta al ShAD/GSC:
http://www.asiasolidarity.org
Mais informações
Sociedade Sueca para a Conservação da Natureza: Aguas Turbias – La Verdad Detrás del Cultivo de camarón se encuentra en:
ñ En Bangladesh:
http://www.naturskyddsforeningen.se/in-english/marine-ecosystems-and-fisheries/shrimp-farming-in-bangladesh/
ñ Acerca de ‘orgánico’ granjas camaroneras en Ecuador:
http://www.naturskyddsforeningen.se/in-english/marine-ecosystems-and-fisheries/organic-shrimp-farming/
ñ Sobre producción de harinas de pescado:
http://www.naturskyddsforeningen.se/in-english/marine-ecosystems-and-fisheries/fish-meal/
www.terramar.org.br
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