Paris -
O desmatamento na bacia do rio Amazonas poderá causar uma dramática
redução das chuvas em toda essa região do Brasil, alertaram cientistas
britânicos em um estudo publicado nesta quarta-feira (5/9) na revista
Nature.
O volume de chuvas na bacia amazônica pode ser reduzido em 12% durante a temporada de chuvas e em 21% durante o verão, se o desmatamento nessa área continuar no ritmo registrado de 1997 a 2002, sugere o estudo.
Os pesquisadores destacam que esta redução das precipitações teria impacto negativo na produção hidrelétrica e causaria sérios danos a agricultores da região amazônica.
O estudo elaborado pelo pesquisador da Universidade de Leeds (Inglaterra), Dominick Spracklen e seus colegas se baseia em um modelo virtual que elaboraram com base nas informações recolhidas por satélites, e que leva em conta também os dados das precipitações registradas nessa área.
Com base nesse modelo, os pesquisadores descobriram que o ar que passa sobre áreas com densa vegetação tropical gera pelo menos o dobro da quantidade de água de chuva que o que atravessou terrenos com muito pouca vegetação.
O motivo dessa diferença se deve a um fenômeno chamado evapotranspiração, disseram os cientistas.
As florestas tropicais são altamente eficazes em absorver água da terra, muita da qual é logo enviada à atmosfera como vapor.
Leia mais notícias de Ciência e Saúde
Isso ajuda não só a manter a umidade local das florestas a um nível constante, mas também carrega os ventos com água que logo se transforma em chuvas.
Por outro lado, os terrenos desmatados são muito menos eficazes em reciclar água dessa maneira, o que significa que o ar que os rodeia é menos úmido, disseram os especialistas.
Segundo alguns estudos, o desmatamento na região do Amazonas alcançará 40% da superfície em 2050. Isso provocará uma redução dramática das precipitações em toda a bacia do rio, de leste a oeste, destacou a pesquisa publicada pela Nature.
De acordo com o cientista brasileiro especializado em meio ambiente Luiz Aragão, da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha, a mudança registrada no volume das chuvas será muito preocupante, sobretudo para as áreas do leste e sul da Amazônia.
Se as previsões de muitos especialistas do clima, que preveem que as temperaturas globais aumentarão cerca de três graus Celsius (5,4 graus Fahrenheit) no final do século, o impacto "poderia ser imenso", comentou Aragão.
"Mudanças no clima regional poderiam aumentar a mortandade das árvores ligada à seca, o que por sua vez reduziria os depósitos de carbono, aumentaria os riscos de incêndio e reduziria a diversidade", afirmou.
"Essas mudanças poderiam também representar uma ameaça direta à agricultura, que gera cerca de 15 bilhões de dólares no Amazonas e na indústria hidroelétrica que fornece 65% da eletricidade do Brasil", destacou.
Contudo, Aragão ponderou estes resultados, afirmando que o modelo virtual de desmatamento utilizado por Spracklen pode ser pessimista, já que o Brasil se comprometeu a limitar as taxas históricas de desmatamento em 80% até 2020.
O volume de chuvas na bacia amazônica pode ser reduzido em 12% durante a temporada de chuvas e em 21% durante o verão, se o desmatamento nessa área continuar no ritmo registrado de 1997 a 2002, sugere o estudo.
Os pesquisadores destacam que esta redução das precipitações teria impacto negativo na produção hidrelétrica e causaria sérios danos a agricultores da região amazônica.
O estudo elaborado pelo pesquisador da Universidade de Leeds (Inglaterra), Dominick Spracklen e seus colegas se baseia em um modelo virtual que elaboraram com base nas informações recolhidas por satélites, e que leva em conta também os dados das precipitações registradas nessa área.
Com base nesse modelo, os pesquisadores descobriram que o ar que passa sobre áreas com densa vegetação tropical gera pelo menos o dobro da quantidade de água de chuva que o que atravessou terrenos com muito pouca vegetação.
O motivo dessa diferença se deve a um fenômeno chamado evapotranspiração, disseram os cientistas.
As florestas tropicais são altamente eficazes em absorver água da terra, muita da qual é logo enviada à atmosfera como vapor.
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Isso ajuda não só a manter a umidade local das florestas a um nível constante, mas também carrega os ventos com água que logo se transforma em chuvas.
Por outro lado, os terrenos desmatados são muito menos eficazes em reciclar água dessa maneira, o que significa que o ar que os rodeia é menos úmido, disseram os especialistas.
Segundo alguns estudos, o desmatamento na região do Amazonas alcançará 40% da superfície em 2050. Isso provocará uma redução dramática das precipitações em toda a bacia do rio, de leste a oeste, destacou a pesquisa publicada pela Nature.
De acordo com o cientista brasileiro especializado em meio ambiente Luiz Aragão, da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha, a mudança registrada no volume das chuvas será muito preocupante, sobretudo para as áreas do leste e sul da Amazônia.
Se as previsões de muitos especialistas do clima, que preveem que as temperaturas globais aumentarão cerca de três graus Celsius (5,4 graus Fahrenheit) no final do século, o impacto "poderia ser imenso", comentou Aragão.
"Mudanças no clima regional poderiam aumentar a mortandade das árvores ligada à seca, o que por sua vez reduziria os depósitos de carbono, aumentaria os riscos de incêndio e reduziria a diversidade", afirmou.
"Essas mudanças poderiam também representar uma ameaça direta à agricultura, que gera cerca de 15 bilhões de dólares no Amazonas e na indústria hidroelétrica que fornece 65% da eletricidade do Brasil", destacou.
Contudo, Aragão ponderou estes resultados, afirmando que o modelo virtual de desmatamento utilizado por Spracklen pode ser pessimista, já que o Brasil se comprometeu a limitar as taxas históricas de desmatamento em 80% até 2020.
http://www.correiobraziliense.com.br
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