Agência Senado
Para Wendell Estol, diretor-geral do Instituto Sea Shepherd no Brasil, a Conferência Rio+20 fracassou na questão dos oceanos. A avaliação foi feita durante audiência pública, realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no dia 08 de julho.
A posição de Estol ecoa parte das críticas dos movimentos ambientalistas, que defendiam medidas efetivas em relação aos oceanos. Ao protestar contra o adiamento de várias decisões sobre o tema para 2015, o ativista afirmou que “hoje os oceanos são controlados por diversas máfias”.
Como exemplo desse problema, Estol citou as restrições legais às atividades do presidente da Sea Shepherd, Paul Watson, que chegou a ser preso em 2012. Segundo ele, a situação seria uma forma de limitar as ações de Watson, conhecido pela militância contra a caça às baleias.
Watson foi afastado da liderança do Greenpeace na década de 1970. Para a ONG, a atuação do ativista não estaria de acordo com seu compromisso de não violência.
Durante a audiência, o diretor do Instituto Sea Shepherd protestou contra o finning — prática pela qual se cortam as barbatanas do tubarão para vendê-las como iguarias. O animal é jogado de volta ao mar e acaba morrendo. Wendell Estol afirmou que essa prática, proibida inclusive no Brasil, “faz parte de uma máfia comandada a partir de Taiwan”.
Rio+20
Ao fazer uma avaliação geral da Rio+20, o deputado federal Sarney Filho (PV-MA) disse que o documento final da conferência foi “como uma declaração de princípios, pois não possui metas nem compromissos”.
“Não posso dizer que me frustrei com isso, porque já não esperava muita coisa”, declarou Sarney Filho, acrescentando que, quanto aos oceanos, “não houve avanço nenhum”. O deputado, que é presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, argumentou que a Rio+20 revelou um lado “não oficial” com os eventos paralelos à conferência. Para ele, essas atividades, que envolveram de indígenas a empresários, “demonstram que a luta pela sustentabilidade não é dos governos, mas da sociedade”.
(Agência Senado)
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