Campos inundaveís da Baixada (Foto: Edmilosn Pinheiro)
Maranhense. Também participaram do encontro o secretário adjunto da Sagrima, Raimundo Coelho de Sousa, e o Chefe da Embrapa Cocais e Planícies Inundáveis, Valdemício de Sousa.
O projeto prevê a construção de diques que farão a contenção da água salgada para os campos, permitindo a retenção de água doce por cerca de seis meses - atualmente, esse prazo chega a no máximo quatro meses -, viabilizando assim projetos de pecuária, agricultura irrigada e piscicultura e evitando o problema de enchentes que deixa milhares de moradores da região desabrigados todos os anos.
“Além de impedir o avanço da água salgada e a conseqüente mistura com a água doce, os diques vão impedir também o avanço dos manguezais, que já é preocupante. Caso essa região não receba uma intervenção dessa natureza, em cerca de 50 anos os manguezais tomarão conta de toda a área, fazendo desaparecer povoados e até municípios maranhenses”, explicou o pesquisador.
Segundo Márcio Vaz, a região da Baixada Maranhense é caracterizada pela ocorrência de quatro tipos de campos, com diferentes tipos de inundação. “A proposta é instalar os diques, de cerca de 2m de altura, nas áreas chamadas de tesos, que são mais altas e não costumam inundar, apenas encharcar. Assim, o impacto ambiental será mínimo, pois as características da área serão preservadas”, garantiu o professor.
O secretário de Desenvolvimento Social, Francisco Gomes, destacou que alguns moradores de municípios como Viana e São João Batista, já instalaram diques amadores para conter a água salgada e conseguirem realizar atividades de pesca e agricultura. “Os produtores fazem pequenas represas para tentar produzir e se proteger das inundações, mas é preciso urgentemente encontrar soluções para garantir o futuro dos campos da Baixada, e esse projeto parece ser um caminho viável. É um projeto que vai tirar aquela população da situação de pobreza”, avaliou Francisco Gomes.
Viabilização
O secretário Cláudio Azevedo também avaliou positivamente o projeto e propôs uma agenda de reuniões envolvendo as duas secretarias, a Embrapa, além das Secretarias de Estado do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (Sedagro) e de Infraestrutura (Sinfra) para discutir a viabilização do projeto. A primeira reunião do grupo deve acontecer em 10 dias.
“Os diques são soluções de engenharia, mas é preciso ampliar o projeto, prevendo ações de desenvolvimento de cadeias produtivas e sociais. A governadora Roseana Sarney já demonstrou interesse em resolver o problema da região e vamos trabalhar para isso”, declarou Cláudio Azevedo.
Parte da pesquisa de Marcio Vaz comparou a Baixada Maranhense à área de influência do Rio Guayas, no Equador, hoje a região mais rica daquele país. “São duas regiões que têm características geológicas idênticas. Ao contrário da nossa baixada, os campos do Guayas River geraram uma região economicamente ativa, com uma população próspera que consegue produzir e gerar riquezas para o país. Precisamos nos inspirar nessa experiência para também transformar a Baixada Maranhense em uma região próspera social e economicamente”, assinalou Márcio Vaz.
Por: Raquel Araújo
http://www.sagrima.ma.gov.br/
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