sábado, 30 de abril de 2011

Pescadores têm o costume da pesca predatória no Maranhão

São Bento - O pescador maranhense ainda utiliza métodos criminosos de captura de pescados. Se por um lado o incentivo e orientação ao pescador para concorrer no mercado é ainda insuficiente, por outro sobra o danoso costume da pesca predatória praticada no mar, nos rios e lagos de diversas regiões do Maranhão.


Entre as técnicas de pesca predatória utilizadas por pescadores, uma equipe do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) constatou, por exemplo, a instalação da tapagem, método que consiste em cercar a passagem de peixes grandes e pequenos, tornando fácil sua captura pelo homem.

Utilizando esta técnica predatória, foi encontrado um pescador em lago do município de São Bento, na Baixada Maranhense, no momento em que se preparava para fazer uma tapagem.


Perguntado sobre o processo de pesca, ele disse: “Faça o seu trabalho que eu faço o meu”. Não muito longe dali, outros pescadores foram vistos enquanto retiravam peixes capturados nas tapagens.


A repressão contra esses crimes ambientais geralmente é feita por equipes do Ibama. De acordo com Sara Quizia Mota, bióloga e analista ambiental do Núcleo de Recursos Pesqueiros do instituto, no período da piracema (época de reprodução do pescado), é quando mais se intensifica a fiscalização da atividade pesqueira no Maranhão.

Rigor - Há nesse meio diversos tipos de infrações reprimidas pelo instituto. “Desde a rede com extensão e tamanho da malha fora do permitido, a instalação da tapagem, batição, fisgo, zangaria, ou qualquer outro método de pesca predatória, é combatido com rigor pela fiscalização”, afirmou a bióloga.


Sara Mota explicou que a pesca de zangaria, altamente predatória, definitivamente proibida em todo o Brasil. Somente no Maranhão foi convencionado a tolerância do método por motivos sociais.


“A pesca com zangaria também está proibida no período de maio a julho, na costa dos municípios de Araioses a Alcântara e de junho a agosto, nos municípios de Bequimão a Carutapera”, orientou a bióloga.

Crimes


- Tapagem com talas, cipós, varas e tela de arame nos igarapés não podem ser utilizados para a pesca, porque agridem os animais e trazem desequilíbrio ecológico. Isso porque, quando uma tapagem é feita, todo tipo de animal aquático é preso. Os pescadores escolhem o que serve para eles e se desfazem dos demais

- Rede de arrasto de fundo destinada à captura de camarão. A abertura desse aparelho de pesca é realizada por duas portas, com o auxílio de um tangone (grandes braços laterais nos quais fixam-se os cabos de tração das redes) de aproximadamente 8 m de comprimento.
 
Por: Brawny Meireles- Especial para O Estado
http://imirante.globo.com/

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