sábado, 2 de abril de 2011

Degradação de ambientes costeiros aumenta emissões de carbono

Cientistas alertam que a área mundial de mangues devastada entre 1980 e 2005 continua a colocar na atmosfera 175 milhões de toneladas de carbono por ano, o equivalente às emissões anuais da Venezuela ou da Holanda.

Foto: Unesco


O Grupo de Trabalho em Carbono "Azul" Costeiro se reuniu em Paris para avaliar os impactos da destruição desses habitats.


A equipe é formada por 32 cientistas marinhos, de diferentes países, e apoiada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.

Território da Bélgica


Segundo eles, dados globais mostram que os pântanos, mangues e ervas marinhas estão sendo degradados rapidamente. Entre 1980 e 2005, 35 mil km2 de mangue foram destruídos, o equivalente ao território da Bélgica.

A remoção destas plantas significou a liberação na atmosfera de 175 milhões de toneladas de carbono por ano, montante equiparado às emissões anuais da Venezuela ou da Holanda.


Esponja de CO2
Isso ocorre porque o carbono, além de estar localizado nas plantas, está retido há milhares de anos nas camadas de solo abaixo delas. Umas vez retirada a vegetação, o gás continua a ser expelido por muito tempo.

De acordo com os pesquisadores, os pântanos, mangues e ervas marinhas funcionam como esponjas de CO2 e, quando são devastados, se tornam grandes emissores do gás. Apesar desses ecossistemas constituírem apenas 1% do total da biomassa em solos e florestas no mundo, eles fazem circular a mesma quantidade de carbono que os 99% restantes.


Os pântanos, mangues e ervas marinhas podem ter armazenados cinco vezes mais CO2 que as florestas tropicais, uma vez que eles sequestram o gás a um ritmo 50vezes maior que este tipo de mata.


Por: Marina Estarque, da Rádio ONU em Nova York.*


*Apresentação: Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

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