segunda-feira, 2 de maio de 2011

Unesco quer gerenciamento de algas nocivas

Algumas espécies podem alterar ecossistemas, causar a morte de peixes, contaminar frutos do mar e até mesmo o ser humano; encontro ocorreu no início deste mês.



Foto: Unesco

O painel intergovernamental da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, está realizando uma série de encontros para debater o gerenciamento de algas nocivas. Numa das reuniões, no início deste mês, em Paris, os participantes discutiram formas de ajudar os países a gerenciar o fenômeno.


Segundo especialistas, cerca de 300 espécies de algas microscópicas são conhecidas por apresentar formações de massa, chamadas de fluorescência de algas. Quase um quarto dessas espécies produzem toxinas prejudiciais à fauna e aos seres humanos.


Brasil

A pesquisadora da Ufrj, Sandra Azevedo, falou à Rádio ONU, do Rio de Janeiro, sobre a contaminação de reservatórios de água no Brasil por cianobactérias tóxicas.


"O principal risco atual no país é decorrente de um cuidado indevido com os nossos recursos hídricos continentais. Nós não temos registros ainda no Brasil, de forma generalizada, de grandes florações de algas tóxicas no mar. Apenas algumas localidades no sul do país já têm evidências concretas da ocorrência destas espécies. Em contrapartida, os ambiente aquáticos continentais estão contaminados com cianobactérias do norte ao sul do país", alertou ela.


Riscos


Proliferações de algas podem causar a morte generalizada de peixes, contaminar frutos do mar e alterar ecossistemas drasticamente. Mesmo quando as algas não são tóxicas, elas podem ser grandes produtoras de biomassa e impedir a oxigenação da água, matando a fauna marinha.


Segundo a especialista, existem dois tipos de toxinas produzidas por algas. As que atacam o fígado podem causar, na mais grave das situações, câncer. Já as que atuam no sistema nervoso central, são capazes de precipitar parada respiratória.


Painel


O objetivo do painel é fomentar a pesquisa, o entendimento das causas das florações, bem como as formas de previsão e mitigação. Além disso, também avalia os progressos e identifica oportunidades de financiamento para a implementação do programa de algas nocivas.


O painel é parte da Comissão Oceanográfica Intergovernamental, da Unesco.
Por: Marina Estarque, da Rádio ONU em Nova York.*
*Apresentação: Leda Letra da Rádio ONU em Nova York.
http://www.unmultimedia.org/

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