Nossa equipe foi até o norte do Maranhão visitar um dos maiores cemitérios de navios do mundo, o Parque Estadual do Parcel de Manuel Luís.
A expedição partiu de São Luís em dois catamarãs. De lá, navegamos pela costa até a Barra do Carapirá. Conhecemos o farol da Ilha de Santana, vimos a captura de caranguejos no mangue de Tutóia e, partindo do Delta do Parnaíba, fomos até o Parcel de Manuel Luís.
O farol da Ilha de Santana pode ser visto a 50km de distância. A variação da maré é intensa na região e os navegantes precisam ficar atentos para evitar o encalhe. Nossa equipe escapou por pouco de passar a madrugada atolada em um bote no mangue. A Ilha de Santana tem apenas 45 casas e cerca de 200 habitantes. O farol está na ilha há 150 anos e permanece em perfeito estado de conservação.
De lá, navegamos 22 horas até o Delta do Parnaíba, o único delta marinho da América do Sul e um dos únicos do mundo. Chama-se delta ao conjunto de desembocaduras de um rio em forma de triângulos, criando canais até o mar. No Parnaíba, dependendo da maré, há entre 70 e 90 ilhas entre os canais.
Desembarcamos em Tutóia, na divisa do Maranhão com o Piauí, onde acompanhamos a caça de caranguejos no mangue. Como a época é de defeso, os animais só podem ser capturados para consumo próprio. O objetivo é que o caranguejo tenha tempo de se reproduzir até a próxima temporada de caça.
Deixamos o lado maranhense do Delta do Parnaíba em direção ao Parcel de Manuel Luís, mas a maré voltou a nos desafiar. As cartas de navegação não contemplam toda a região. Sem orientação, nossos barcos acabaram encalhados na saída do delta.
Aproveitamos a maré baixa para conhecer a pesca de batida, em que os pescadores cercam trechos rasos de rio e batem na água com uma vara, fazendo com que os peixes pulem nas redes. Mais 27 horas de navegação e chegamos ao Parque Estadual do Parcel de Manuel Luís.
O Parcel é conhecido como “Triângulo das Bermudas Brasileiro” justamente por ser o segundo ponto de maior concentração de navios naufragados do mundo, atrás apenas da própria região das Bermudas. Isso acontece porque no Parcel fica o maior conjunto de corais da América do Sul, um dos maiores do mundo.
Os destroços de embarcações viram lar de dezenas de criaturas marinhas. Ao mergulhar, nos deparamos com barracudas prateadas, cações-lixa e até um raro nero, o maior peixe de fundo da nossa costa. Nossa equipe voltou a mergulhar à noite e deu de cara com o estranho peixe-morcego e o colorido peixe-papagaio, entre outros animais raros.
Veja mais em: http://g1.globo.com/platb/globomar/2011/05/06/globo-mar-visita-o-triangulo-das-bermudas-brasileiro/
http://g1.globo.com/
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