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O substitutivo elaborado pelo Deputado Aldo Rebelo, com apoio da bancada ruralista, representa um grande retrocesso”, afirmou o Deputado Ivan Valente. “O Brasil acordou hoje com a notícia da morte de José Claudio Silva, líder seringueiro assassinado, junto com a sua esposa, por madeireiros no Pará e foi dormir com a notícia de que a maioria dos deputados aprovou o assassinato de nossas florestas”, disse Paulo Adário, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace. Muitos dos legisladores votaram em causa própria por serem ruralistas condenados a pagar grandes quantias pelo desmatamento ilegal para plantar, principalmente, soja e para abrir pastagens para rebanhos de gado.
A Câmara se recusou a ouvir o clamor da sociedade civil, da Academia Brasileira de Ciências, das ONGs, dos cientistas da SBPC, dos empresários comprometidos com a responsabilidade socioambiental, enfim, de todos aqueles que preferem manter as florestas em pé e as fontes de água gerando vida. O novo Código Florestal impedirá o Brasil de manter o compromisso de redução de emissões de CO2 assumido em Dezembro de 2009 na COP-15, em Copenhague. O desmatamento é o principal responsável pela posição de destaque do Brasil no ranking dos países que mais contribuem para o aquecimento global (é o quinto maior emissor de Gases de Efeito Estufa) e, depois de uma tendência de queda nos últimos cinco anos, ele voltou a subir. O INPE divulgou que o desmatamento na Amazônia, no mês passado, foi 570% maior do que o registrado no mesmo mês em 2010.
O Código agora será analisado pelo Senado e, depois, pela Presidenta Dilma Rousseff. A esperança é que se confirme a afirmação da Ministra Izabella Teixeira, ao esclarecer: “ é clara a posição da Presidenta Dilma. Ela não aceita anistia aos desmatadores, não aceita desmatamento em APPs, muito pelo contrário, eles devem recuperar a parte de Reserva Legal e fazer manejo das florestas”. Já o Presidente do IBAMA, Curt Trennepohl, entrou no debate sobre a reforma do Código Florestal ao defender “bom senso” e exigir mais “preservacionismo” das leis ambientais. Trennepohl afirmou que o projeto limita a competência de fiscalização ao órgão licenciador. “Em primeiro lugar, rezo para que o Senado altere esse dispositivo específico e, ainda existe a possibilidade de a Presidência vetar isso, ou a regulamentação poderá deixar que esses macroprocessos fiquem ainda sob o controle do IBAMA”.
A Presidenta da SBPC, Helena Nader, depois da votação no Congresso declarou que: “a SBPC e a ABC consideram precipitada a decisão tomada na Câmara dos Deputados, pois não levou em consideração aspectos científicos e tecnológicos na construção de um instrumento legal para o País considerando a variabilidade ambiental por bioma, interação entre paisagens urbanas e rurais que propiciem melhores condições de vida para as populações com uma produção agrícola ambientalmente sustentável”. A esperança dos ambientalistas é que o Senado e a Presidenta Dilma Rousseff reconduzam o Código Florestal para a verdadeira vocação como uma das legislações mais avançadas do mundo. Caso contrário, teremos no Congresso não 400 picaretas, como afirmou Lula antes de ser Presidente, mas 400 motosserras.
Por: Revista Eco
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