Cajari (MA): Deputado relata impacto ambiental constatado por comissão

O deputado Fábio Braga (PMDB) relatou, na sessão desta quarta-feira (26), o drama constatado pela audiência pública realizada, na semana passada, pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia, em Cajari. Braga participou da audiência que foi realizada por solicitação do deputado Chico Gomes (DEM) e na qual estiveram também o prefeito, secretários municipais, vereadores e principalmente os integrantes da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal, vereadores Biel Lima, Sérgio Aires e Reginho.

Fábio Braga afirmou que, além de toda população estar sofrendo com a questão de impacto no meio ambiente provocado por agricultores que vieram de outros Estados, o requerimento do deputado Francisco Gomes pedia que fosse tratado do impacto ambiental provocado em toda região da Baixada Maranhense, principalmente no município de Cajari.

A Comissão esteve na área, visitando in loco, e o que constatou é que algumas comunidades foram atingidas e serão mais atingidas, principalmente as dos povoados Redondo, Ilha dos Bois, Frade, Cachoeira, Veloso, Bolonha e São José.

 “O que está em questão foi a construção de mais de 6 km de uma vala e de barragens para drenar áreas alagadas e desviar água do Rio Pindaré, com objetivo de irrigar plantações somente de arroz numa grande área de terra já preparada para o plantio. Os canais foram construídos como se constatou lá e como foi evidenciado pelos vereadores, mostrado tantos pelos vereadores quanto o prefeito, sem nenhuma legalidade, sem licença ambiental, sem observar qualquer critério técnico e sem a preocupação de não prejudicar a fauna e a flora da região”, revelou o parlamentar.

Segundo o deputado peemedebista, as populações da região estão mudando a maneira de produzir e pescar. “Esses produtores, além de fazer um canal de 6 km, colocaram uma série de herbicidas e pesticidas na região, produtos tóxicos que vêm alterando muito a questão da água na região. Os canais são imensos, de uma largura de mais ou menos de 3 a 4 metros, numa profundidade de 2 metros, e eles estão alterando todos os igarapés e lagos da região”, denunciou.

O parlamentar relatou ainda que ouviu depoimentos emocionados de moradores, como o da Dona dos Reis, uma pescadora que contou que antes da construção das valas e época das cheias, pescava muitos peixes que davam para alimentar a família e para vender. “Hoje, ela lembra que está difícil até para pescar para a sua própria família, porque houve uma alteração significativa na região e isso tem provocado um lamento muito grande de todos que vivem lá. Houve a diminuição do peixe e das pastagens para os pequenos e médios animais criados pelos agricultores daquela região. O peixe morrendo, o capim secando, o fogo pegando rapidamente, são alguns dos problemas enfrentados por aquela região”, frisou.

Fábio Braga contou que estiveram também em contato com a Secretaria do Meio Ambiente, tentando fazer o órgão emitir brevemente um relatório sobre a região. “Estive lá com vários representantes de sindicatos e entidades, e todos eles lembraram que o que está sendo modificado é algo que talvez não se possa reparar em curto prazo. Portanto, a minha preocupação é que, na região da Baixada, uma região nossa, que é preservada por leis, mas que a lei orgânica do município de Cajari seja alterada de maneira a satisfazer a tão poucos em detrimento de muitos que sobrevivem e que vivem daquela região, vivem da água farta que tem lá”, assegurou, mostrando que a Comissão de Meio Ambiente da AL está atuando em busca de uma solução para o problema.


Por: Waldemar Têrr / Agência Assembleia
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