Adital - A Cúpula dos Povos na Rio+20
por Justiça Social e Ambiental foi encerrada nesta sexta-feira (22) com a
realização de uma coletiva de imprensa nos Arcos da Lapa. Estiveram
presentes 18 representantes de organizações que estiveram à frente da
Cúpula. A coletiva foi realizada para avaliar e fazer um balanço dos
dias de evento da sociedade civil, que aconteceu em paralelo à
Conferência nas Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20.
No encontro com a imprensa foi
assegurado que a Cúpula dos Povos cumpriu seu papel que era de ser um
contraponto ao evento oficial, já que a sociedade civil não se
reconhecia no Riocentro e nos debates que aconteceram lá. Os
representantes também confirmaram o posicionamento de que o documento da
Rio+20 foi um fracasso.
“O governo brasileiro foi pífio, não
avançou na agenda sobre os quilombolas, na demarcação de terras
indígenas, na garantia aos direitos reprodutivos das mulheres, na defesa
aos oceanos, não vetou completamente o Código Florestal, mas sim
fortaleceu o agronegócio e a economia capitalista pintada de verde”,
manifestou Pedro Ivo, do Terrazul.
Durante a coletiva, também foi repudiada
a matéria veiculada em portal na internet sobre as musas da Rio+20 e da
Cúpula dos Povos.
O documento final da Cúpula também foi
apresentado. Enxuto, com apenas quatro páginas, ele traz definições
sobre os temas: direitos (por justiça social e ambiental); defesa dos
bens comuns e contra a mercantilização da vida; soberania alimentar,
energia e indústrias extrativas; e trabalho.
O documento aponta para eixos de luta
como: fim da militarização dos Estados e territórios; fim da
criminalização das organizações e movimentos sociais; fim da violência
contra as mulheres; pela garantia do direito dos povos à terra e
território urbano e rural; pela soberania alimentar e alimentos sadios;
pela mudança de matriz e modelo energético vigente; pela democratização
dos meios de comunicação, entre outras.
Em contrapartida, defende o protagonismo
popular. “As alternativas estão em nossos povos, nossa história, nossos
costumes, conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos
manter, revalorizar e ganhar escala como projeto contra-hegemônico e
transformador”, defendem.
Leia a Declaração final da Cúpula dos Povos na Rio+20 abaixo:
O documento final da Cúpula dos povos
sintetiza os principais eixos discutidos durante as plenárias e
assembléias, assim como expressam as intensas mobilizações ocorridas
durante esse período – de 15 a 22 de junho – que apontam as
convergências em torno das causas estruturais e das falsas soluções, das
soluções dos povos frente às crises, assim como os principais eixos de
luta para o próximo período.
As sínteses aprovadas nas plenárias integram
e complementam este documento político para que os povos, movimentos e
organizações possam continuar a convergir e aprofundar suas lutas e
construção de alternativas em seus territórios, regiões e países em
todos os cantos do mundo.
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