sábado, 23 de junho de 2012

Coletiva de imprensa encerra Cúpula dos Povos na Rio+20 e apresenta Declaração Final

Adital - A Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental foi encerrada nesta sexta-feira (22) com a realização de uma coletiva de imprensa nos Arcos da Lapa. Estiveram presentes 18 representantes de organizações que estiveram à frente da Cúpula. A coletiva foi realizada para avaliar e fazer um balanço dos dias de evento da sociedade civil, que aconteceu em paralelo à Conferência nas Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

No encontro com a imprensa foi assegurado que a Cúpula dos Povos cumpriu seu papel que era de ser um contraponto ao evento oficial, já que a sociedade civil não se reconhecia no Riocentro e nos debates que aconteceram lá. Os representantes também confirmaram o posicionamento de que o documento da Rio+20 foi um fracasso.

“O governo brasileiro foi pífio, não avançou na agenda sobre os quilombolas, na demarcação de terras indígenas, na garantia aos direitos reprodutivos das mulheres, na defesa aos oceanos, não vetou completamente o Código Florestal, mas sim fortaleceu o agronegócio e a economia capitalista pintada de verde”, manifestou Pedro Ivo, do Terrazul.
Durante a coletiva, também foi repudiada a matéria veiculada em portal na internet sobre as musas da Rio+20 e da Cúpula dos Povos.

O documento final da Cúpula também foi apresentado. Enxuto, com apenas quatro páginas, ele traz definições sobre os temas: direitos (por justiça social e ambiental); defesa dos bens comuns e contra a mercantilização da vida; soberania alimentar, energia e indústrias extrativas; e trabalho.

O documento aponta para eixos de luta como: fim da militarização dos Estados e territórios; fim da criminalização das organizações e movimentos sociais; fim da violência contra as mulheres; pela garantia do direito dos povos à terra e território urbano e rural; pela soberania alimentar e alimentos sadios; pela mudança de matriz e modelo energético vigente; pela democratização dos meios de comunicação, entre outras.

Em contrapartida, defende o protagonismo popular. “As alternativas estão em nossos povos, nossa história, nossos costumes, conhecimentos, práticas e sistemas produtivos, que devemos manter, revalorizar e ganhar escala como projeto contra-hegemônico e transformador”, defendem.
Leia a Declaração final da Cúpula dos Povos na Rio+20 abaixo:

O documento final da Cúpula dos povos sintetiza os principais eixos discutidos durante as plenárias e assembléias, assim como expressam as intensas mobilizações ocorridas durante esse período – de 15 a 22 de junho – que apontam as convergências em torno das causas estruturais e das falsas soluções, das soluções dos povos frente às crises, assim como os principais eixos de luta para o próximo período.

As sínteses aprovadas nas plenárias integram e complementam este documento político para que os povos, movimentos e organizações possam continuar a convergir e aprofundar suas lutas e construção de alternativas em seus territórios, regiões e países em todos os cantos do mundo.

http://www.adital.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário