O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta terça-feira (18/12) o novoManual Técnico da Vegetação Brasileira.
A publicação incorpora os mais recentes avanços na pesquisa sobre a
cobertura vegetal no país e traz conceitos e informações fundamentais
para a elaboração de políticas de manejo e conservação da biodiversidade
brasileira, inclusive de criação de mais unidades de conservação.
Com
a segunda edição do Manual Técnico da Vegetação Brasileira – obra de
referência para estudo, mapeamento e pesquisa da vegetação no Brasil –, o
IBGE torna públicas as metodologias que utiliza nesse tipo de
investigação e amplia o conhecimento na área.
O Manual, desenvolvido por engenheiros florestais, engenheiros
agrônomos, biólogos, naturalistas, geógrafos e geólogos, representa a
fusão de duas publicações anteriores do IBGE – a Classificação da
Vegetação Brasileira, Adaptada a um Sistema Universal (1991) e o Manual
Técnico da Vegetação Brasileira (1ª. edição, 1992).
A nova edição, ilustrada com 55 figuras, 4 quadros e 110 fotografias,
está dividida em quatro capítulos: sistema fitogeográfico; inventário
em formações florestais e campestres; técnicas e manejo de coleções
botânicas; e procedimentos para mapeamento.
Estrutura
O primeiro capítulo do Manual contém o histórico e a evolução das
classificações da vegetação, conceituações, terminologias, sistemas
primários e secundários e a legenda do sistema fitogeográfico adotada
pela equipe de vegetação do IBGE.
Em razão das mudanças de conceitos e dos conhecimentos acumulados nos
últimos 20-25 anos, o capítulo passou a conter um novo tipo de
vegetação: a Floresta Estacional Sempre Verde; uma nova tipologia na
Campinarana (vegetação típica da região do Alto Rio Negro, na Amazônia):
a Campinarana Arbustiva; inclusão, na Savana-Estépica (Caatinga,
terminologia mais tradicional e regionalista da vegetação característica
do Nordeste), da presença ou não de palmeiras; mais um contato entre
tipos de vegetação; novos tipos de Áreas Antrópicas; e uma nova unidade
de mapeamento, as Áreas sem Cobertura Vegetal.
No segundo capítulo são descritos os tipos de inventário, as técnicas
de amostragem, as etapas de um inventário florestal e a metodologia
para levantamento do potencial lenhoso/arbóreo de formações campestres.
Essencial para a quantificação dos estoques de carbono na vegetação,
esse levantamento é importante para avaliação dos impactos do
desmatamento na emissão de gases de efeito estufa e para a valoração de
florestas, no caso de concessões para exploração de madeira.
O capítulo que trata das técnicas e manejo de coleções botânicas
descreve a coleta, herborização, etiquetagem, processamento e manutenção
de amostras vegetais em herbário. Num país com o tamanho e a
diversidade biológica do Brasil, a criação e a manutenção de herbários
são fundamentais para o registro e o estudo da vegetação.
No último capítulo são descritos os procedimentos para mapeamento,
desde a interpretação das imagens até a elaboração do produto final. O
mapeamento, e sua permanente atualização, são importantes para o manejo e
a preservação da biodiversidade, bem como para a quantificação dos
estoques de recursos naturais do país.
Nova abordagem
Com uma abordagem mais abrangente que a edição anterior,
principalmente no capítulo sistema fitogeográfico, o novo Manual
objetiva dar, aos técnicos e usuários, uma visão histórica e evolutiva
dos estudos de vegetação no Brasil. Visa também a contribuir para a
uniformização dos critérios e da terminologia adotados na classificação.
As técnicas apresentadas ampliam o conhecimento da vegetação
brasileira, subsidiando seu manejo, a preservação da biodiversidade, a
valoração e a quantificação dos estoques de recursos naturais e a
avaliação dos impactos que sua destruição pode causar.
O novo Manual Técnico da Vegetação Brasileira está disponível (em pdf) no
portal do IBGE na internet e no CD-ROM que acompanha a publicação. O
manual também pode ser adquirido nas livrarias do IBGE e na loja virtual do Instituto.
www.piauisempreverde.com.br
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