quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Quebradeiras de coco-babaçu pedem reconhecimento da atividade



O babaçu é fonte de renda para mais de 300 mil mulheres principalmente nos estados do Piauí, Tocantins, Maranhão e Pará.
Representantes do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco-Babaçu se reuniram nesta segunda-feira na Câmara dos Deputados. Elas participaram de audiência pública para a apresentação do Mapa da Região Ecológica dos Babaçuais dos estados do Piauí, Tocantins, Maranhão e Pará.
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Segundo os dados do mapa, nos quatro estados, existem hoje mais de 25 milhões de hectares de babaçuais, com diferentes densidades.
O babaçu é fonte de renda para mais de 300 mil mulheres. A coordenadora nacional do movimento, Francisca da Silva Nascimento, afirmou que é preciso garantir o acesso ao babaçu que está sendo ameaçado pela chegada da soja, da cana-de-açúcar e do eucalipto nestas regiões.
"Que a gente tem que ter o livre acesso aos babaçuais. Se a gente não conseguir ter o livre acesso e uma lei para que a gente tenha um livre acesso aos babaçuais a gente corre um grande risco de perder esses babaçuais."
O deputado Nilto Tatto, do PT de São Paulo, destacou que as quebradeiras de coco esperam que sua atividade seja reconhecida em todo o território nacional, protegendo assim os babaçuais.
"Elas reivindicam que o babaçu seja preservado. Então pedem para que seja desarquivado um projeto de lei de 2007 e esse projeto de lei então garante a preservação do babaçu que é fundamental para a atividade econômica e sobrevivência delas."
A professora da Universidade Federal do Pará, Jurandir Santos de Novaes, afirmou que o babaçu não está em extinção e pode continuar garantindo a sobrevivência de milhares de pessoas, desde que seja preservado e as quebradeiras tenham acesso aos babaçuais.
"Quando as áreas são desmatadas essa espécie se fortalece. E comparativamente as pesquisas anteriores realizadas no âmbito do mesmo projeto você identifica que comparativamente à pesquisa de 2005 e mesmo a de 2010 aponta que o babaçu está se expandindo."
O lenho do babaçu é usado na construção de casas, enquanto que as folhas são utilizadas na cobertura, nas paredes, nas portas e nas janelas. O leite do babaçu e o óleo extraído de suas amêndoas são usados na alimentação; da casca do coco é produzido carvão. A palha, por sua vez, é utilizada para a produção de artesanato. A partir do óleo também se produz sabonete.
É uma palmeira muito comum no Maranhão, Piauí, Ceará, Pará, Mato Grosso e Tocantins e pode atingir até 20 m de altura.
O mapa do babaçu faz parte do projeto Cartografia Social da Amazônia que tem por objetivo mapear a região a partir dos dados apresentados pelos povos e comunidades tradicionais na Amazônia.
Reportagem — Karla Alessandra

http://www2.camara.leg.br/

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