segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Nova invasão de madeireiros em Terra Indígena gera vítima no MA

Omissão do Estado para garantir a proteção da Terra Indígena Alto Turiaçu perpetua conflito na região
Ka'apor instalam câmeras na floresta para identificar a ação de madeireiros ilegais dentro da TI Alto Turiaçu (© Greenpeace/Lunaé Parracho)

Um conflito entre os índios Ka’apor e madeireiros gerou uma vítima fatal nessa última quinta-feira, dia 15 de outubro, segundo relatos vindos da região.
Alguns homens invadiram ilegalmente a terra indígena Alto Turiaçu, dos Ka’apor, quando encontraram um grupo de indígenas que fazem a vigilância autônoma e independente de seu território. Em meio ao conflito, um madeireiro conhecido como Raimundinho foi morto.
Há anos os Ka’apor vêm denunciando o roubo de madeira e a invasão de seu território, mas têm sido sistematicamente ignorados pelas autoridades.Recentemente, os conflitos se agravaram e os Ka’apor continuaram expondo a situação e as ameaças as quais estavam submetidos, com relatos de pistoleiros rondando a região e ameaçando as lideranças . No entanto, nada foi feito.
É responsabilidade do Estado garantir a integridade e a proteção das terras indígenas. Porém, a omissão e a incapacidade do governo federal em coibir as invasões feitas por não-índios e madeireiros acabam agravando os conflitos e perpetuando a violência na região.
Frente à invisibilidade que lhes é imposta pelo Estado, que não age para impedir as invasões e ameaças, desde 2013 os Ka’apor iniciaram o monitoramento autônomo e independente da TI Alto Turiaçu. No início de setembro, o Greenpeace esteve com os Ka’apor para apoiar esse monitoramento agregando o uso de tecnologia às atividades de proteção do seu território tradicional, ajudando a gerar provas e criando a oportunidade de que as autoridades pudessem dar um basta na violência instaurada pelos madeireiros na região. A superação definitiva da violência passa necessariamente pela demarcação e implementação efetiva das terras indígenas. O governo também precisa ordenar de uma vez por todas o sistema de controle de madeira, começando pela revisão de todos os Planos de Manejo Florestal aprovados na Amazônia desde 2006.


Por: Greenpeace Brasil

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