segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Projeto da Uema garantirá a preservação do jurará da Baixada Maranhense

O Kinosternon scorpioides, conhecido popularmente pelos maranhenses como jurará, é o objeto de estudo de um projeto de pesquisa de autoria da professora Alana Lislea de Sousa, do Curso de Medicina Veterinária, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). O objetivo do trabalho é aprofundar o conhecimento biológico acerca desta espécie, a fim de assegurar sua sustentabilidade e preservação.

Intitulada Morfofisiologia, biologia e conservação de jurará (Kinosternon scorpioides) em habitat natural na cidade de São Bento - Baixada Maranhense, a pesquisa será realizada em parceria com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP).


Réptil quelônio de água doce, primo da tartaruga, presente no estado do Maranhão, sobretudo, na região da Baixada Maranhense, o jurará possui grande valor social, econômico e ambiental para os ribeirinhos da cidade de São Bento. Trata-se de uma espécie silvestre que tem proteção governamental, por meio da Lei Federal nº 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e que, portanto, merece atenção das instituições de pesquisas.


Segundo Alana Lislea, estudos mostram que este animal vem sofrendo declínio populacional - consequência de uma sucessão de ações antrópicas, como queimadas, desmatamentos e caça indiscriminada de exemplares adultos e de seus ovos. “A exploração predatória desta espécie, que figura como elemento da culinária exótica daquela região, atrelada a fatores resultantes das modificações efetuadas pelo homem no meio ambiente, logo, comprometerão a sobrevivência do jurará”.

Conhecer melhor o Kinosternon scorpioides é a maneira mais adequada de impedir que ele também entre para a lista de animais extintos. Afinal, será o conhecimento biológico sobre este animal, na opinião da médica veterinária Alana Lislea, o passo inicial para a adoção de medidas preservacionistas eficazes, que estimulem o manejo sustentável, garantindo a sobrevivência da espécie.


Notório é o emprego do jurará como iguaria bastante apreciada por muitos. A ideia do projeto não é proibir este uso. O que se pretende é possibilitar a criação comercial da espécie, respaldada pela Instrução Normativa do Ibama nº 169/2008, que versa sobre as diretrizes de criação para quelônios de água doce, incluindo-se aí o jurará. Com isso, pretendemos também combater a venda clandestina, principalmente em São Luís, explicou Alana Lislea.
Sob a coordenação de Alana Lislea, a equipe de execução do projeto será composta pelos professores Antonia Santos Oliveira e Daniel Prazeres, ambos da Uema, Maria do Socorro Saraiva (UFMA) e Maria Angélica Miglino (USP). Participarão ainda das atividades estudantes de graduação e pós-graduação de todas as instituições envolvidas.

A pesquisa está delineada para um período de 24 meses. Concluído este prazo, os resultados permitirão o conhecimento da biologia da espécie em ambiente natural e a comparação com os dados já pesquisados desta mesma espécie em cativeiro. Desse modo, será possível o retorno de informações aos pescadores, moradores locais e autoridades, de forma que se possam estabelecer planos de manejo reprodutivo e de uso sustentável da espécie.
 
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