Uma nova pesquisa, publicada no periódico Nature Climate Change, é a primeira a combinar os impactos esperados das mudanças climáticas com a degradação das ações humanas para criar uma lista das mais vulneráveis regiões do planeta. Entre as áreas em maior perigo estão o sul e sudeste da Ásia, o oeste e a parte central da Europa, o centro-leste da América do Sul e o sul da Austrália.
James Watson, principal autor do estudo, afirma que a pesquisa busca indicar “onde os recursos limitados [financiamentos climáticos] podem fazer mais diferença” para proteger os mais vulneráveis ecossistemas em um mundo em aquecimento.
“Precisamos perceber que as mudanças climáticas vão impactar ecossistemas de forma direta e indireta em uma grande variedade de maneiras e que não podemos continuar presumindo que todas as ações de adaptação são cabíveis em todos os lugares. O fato é que temos apenas fundos limitados e precisamos começar a pensar de forma inteligente em como utilizá-los ao redor do mundo”, disse Watson, que é diretor do programa de mudanças climáticas da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS).
Para chegar às conclusões do estudo, Watson e sua equipe avaliaram a estabilidade dos ecossistemas sob cenários futuros de mudanças climáticas, uma vez que certos ecossistemas devem sofrer transformações mais drásticas do que outros. Por exemplo, o Ártico deverá ser uma das regiões mais afetadas pelo aquecimento global.
Depois, os pesquisadores combinaram esses dados com informações relativas à área ainda preservada em cada ecossistema, contando com o fato de que regiões mais intactas serão capazes de se adaptar melhor.
Dessa forma, o estudo observa que entre os locais menos vulneráveis, levando em conta os impactos climáticos e a atual degradação, estão o sul da América do Sul, o Oriente Médio, o norte da Austrália e a costa atlântica no sul da África.
As regiões mais vulneráveis aparecem na cor creme, enquanto as menos vulneráveis em cinza escuro/preto. Regiões que são muito degradadas, mas que deverão ter clima estável estão em laranja escuro, enquanto aquelas relativamente intactas, mas que são sensíveis às mudanças climáticas estão em verde escuro.
Citação: James E. M. Watson, Takuya Iwamura& Nathalie Butt. (2013) Mapping vulnerability and conservation adaptation strategies under climate change. Nature Climate Change. doi:10.1038/nclimate2007.
* Publicado originalmente no Mongabay e retirado do site CarbonoBrasil.
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