Em relação ao aumento do nível do mar, o relatório compila dados de vários estudos que mostram que ele já está aumentando. E variações de 20 cm a 30 cm esperadas para o final do século 21 podem ser atingidas, em alguns locais, até meados do século ou antes disso.
Observações feitas em algumas regiões dos anos 1940 ou 1950 ao final dos 1980 registram esse aumento. No Recife, por exemplo, de 1946 a 1987 houve um aumento de 5,4 cm/década. Em Belém, de 1948 a 1987, a elevação foi de 3,5 cm/déc. Em Cananeia (SP), de 1954 a 1990, 4 cm/déc. E em Santos (SP), de 1944 a 1989, o aumento notado foi de 1,1 cm/déc.
Segundo o pesquisador Tercio Ambrizzi, possivelmente o oceano está absorvendo mais energia e se expandindo termicamente. "A elevação do nível do mar é mais por esse motivo do que pelo derretimento das geleiras. É o mesmo princípio da água que expande seu volume quando aquecida na panela." Ainda segundo o relatório, para algumas áreas do litoral Sul e Sudeste, está projetado um aumento da frequência e da intensidade de ciclones extratropicais, podendo levar a um aumento da recorrência de eventos extremos com ondas altas, ventos fortes e precipitações intensas.
Estufa. A terceira parte do relatório aponta quais medidas têm de ser tomadas para que o País reduza suas emissões de gases de efeito estufa. O Brasil se comprometeu voluntariamente em 2009, na Conferência do Clima da ONU, em Copenhague, a reduzir suas emissões até 2020, meta que provavelmente será alcançada principalmente porque a principal fonte de gases - o desmatamento da Amazônia - está sendo reduzida conforme o previsto.
"O Brasil está por enquanto num bom caminho, mas para depois de 2020, os estudos mostram que se não houver ações em outros setores, em particular no de energia, pode haver uma retomada do crescimento das emissões", afirma o pesquisador Emilio La Rovere, do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da UFRJ.
O Estado de S. Paulo - Giovana Girardi - O Estado de S.Paulo
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