Um projeto desenvolvido por biólogos de uma ONG e das Universidades Federais do Maranhão e Piauí, identificou, pela primeira vez, a presença de tartarugas de couro na Costa Nordestina. É a maior das espécies e também uma das mais ameaçadas. O assunto foi destaque noJornal Nacional desta segunda-feira (8).
A iniciativa existe há seis anos e já devolveu para o mar 90 mil filhotes de tartaruga de mais cinco espécies. Mas ainda tem um desafio pela frente: evitar a morte dos animais que ficam presos nas armadilhas de pesca. “A tartaruga marinha não é um bicho meu nem seu. É um patrimônio natural e todos nós podemos estar fazendo parte desse trabalho”, alertou a bióloga Edlayne Mendes de Santana.
Os repórteres Sidney Pereira e Miguel Nery mostraram que as tartarugas aproveitam a escuridão para sair do Mar e procurar um lugar seguro para fazer os ninhos. As fêmeas chegam a pesar 900 kg e fazem um esforço grande quando removem a areia e depositam os ovos na praia, um momento raro que só ocorre a cada quatro anos.
A presença das tartarugas de couro fez mudar os rumos das pesquisas no país. Até então, a desova dessas espécies ocorria no litoral do Espírito Santo. As tartarugas de couro estão entre as espécies mais ameaçadas do planeta.
É daí que parte o esforço dos biólogos, que monitoram a ligação dos animais que se alimentam na Costa africana e cruzam o Atlântico para desovar no Delta do Parnaíba, um arquipélago com 80 ilhas na divisa do Maranhão com o Piauí. “Elas desempenham um papel importante na natureza e o fato de ter tartaruga marinha ainda freqüentando a nossa região sinaliza um ambiente saudável”, explicou a bióloga Werlane Mendes.
A temporada de reprodução das tartarugas vai de janeiro a julho. O nascimento dos filhotes ocorre após 50 dias da desova. A vigilância da ciência nesta fase representa uma esperança a mais para a espécie. De cada 1000 filhotes que nascem apenas um vai alcançar a idade reprodutiva, aos 30 anos.
Veja a íntegra da reportagem no vídeo acima.
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