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O
filme Serras da Desordem que será exibido hoje pelo projeto Etnocine
Praia Grande é o terceiro a ser exibido neste mês de abril, para marcar
as comemorações pelo dia do índio. Além de promover a arte visual, o
projeto pretende levantar discussão sobre a situação indígena atual,
suscitando o tema para o debate. A projeção é ao ar livre em frente ao
Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, que
fica localizado na Rua do Giz, nº 59, na Praia Grande, e começa às 18h.
Um
dos motes do projeto é, por meio da linguagem audiovisual, difundir a
produção de filmes-vídeos étnicos, de Antropologia Visual, através dos
quais o público poderá conhecer mais sobre a diversidade cultural dos
povos de todo o mundo. “Selecionamos documentários que tenham uma
temática política, atual, social, como sobre os índios, os quilombolas,
os ribeirinhos. Povos que precisam ter sua situação discutida não só nas
academias, mas fora dela. Por isso, fazemos as projeções ao ar livre”,
diz o etnólogo do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia
do Maranhão, Damasceno Figueiredo.
O
cineclube funciona todas as quintas-feiras do mês, com início às 18h.
De acordo com Damasceno tem havido um público nas projeções e bons
debates tem sido realizados. “Em todos os eventos nós convidamos
profissionais da antropologia, os produtores dos filmes, historiadores,
pesquisadores, dentre outros, para que possamos ampliar os debates. E o
público, que é bem diversificado, tem participado bastante, opinando,
fazendo questionamentos. Esse é o espírito do projeto levar a discussão
para fora dos muros da academia”, afirma Figueiredo.
O
projeto iniciou este mês com filmes envolvendo a temática indígena. No
dia 3 foi exibido Awá Ka´apara sobre os Awá Guajá, um documentário de
Humberto Capucci e Diego Janatã, que contou com a presença do fotógrafo
Paulo do Vale, que fez parte da produção. Awá ka'apará, na língua Awá,
significa, literalmente, Awá que vive na mata: os Awá (regionalmente
conhecidos como Guajá) são tradicionalmente caçadores e coletores e
andam pela floresta, da qual dependem inteiramente. Mais recentemente
(década de 1970), grupos Awá começaram a ser fixados pela Fundação
Nacional do Índio (Funai), em torno de alguns de seus Postos Indígenas
no Maranhão, e ali passaram a praticar uma agricultura de subsistência.
Atualmente, os Awá formam uma etnia estimada em cerca de 350 a 400
pessoas. Isoladas, entretanto, no que resta de mata da Terra Indígena
Araribóia e de algumas outras terras indígenas no Maranhão, cerca de 90
pessoas Awá ainda vivem em fuga. Porque a vida delas vale menos que o
"progresso". Este documentário traz imagens destes grupos fixados pela
Funai, bem como depoimentos acerca dos grupos Awá isolados.
Por: O Imparcial
www.oimparcial.com.br/
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