A nossa sociedade está se tornando cada vez mais violenta. É nosso parecer essa violência é resultado de um modelo econômico-social que está sendo construído.
A agressão está presente na expulsão do homem do campo; na concentração das terras nas mãos de poucos; nos despejos em bairros pobres e periferias de nossas cidades, nos altos índices de trabalhadores que vivem em situações de exploração extrema, no trabalho escravo; na prostituição e exploração sexual; no desrespeito aos territórios de indígenas e quilombolas; no uso predatório da natureza.
Esta cultura de violência, aliada a morosidade da Justiça e à ausência de políticas publicas , resulta em cárceres cheios de jovens, em sua maioria negros e pobres. Ao contrario, a penitenciaria transformou-se em uma unidade do crime. Não nos devolve cidadãos recuperados, mas pessoas na sua maioria mais frustadas que veem na vida do crime a única saída para seu futuro.
Vivemos num estado que erradicou a febre aftosa do gado, mas que não é capaz de eliminar doenças tão antigas como a hanseníase, tuberculose e a leishmaniose.
É verdade que a riqueza do Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano é um dos mais baixos do Brasil.
Não é esse Estado que Deus quer. Não é este estado que nós queremos! Como discípulos missionários de Jesus, estamos comprometidos, junto a todas as pessoas de boa vontade, na construção de uma sociedade fraterna e solidária, sem desigualdades, sem exclusão e sem violência, onde a “justiça e paz se abraçarão”.
A cultura do amor e paz que tanto almejamos, é um dom de Deus, mas também tarefa nossa. Nós bispos do Maranhão, convocamos aos fiéis católicos e a todas as pessoas que buscam um mundo melhor a realizarem um gesto concreto no próximo dia 02 de fevereiro, como expressão do nosso compromisso com a justiça e a paz. Neste dia – Festa da Apresentação do Senhor, Luz do mundo, e de Nossa Senhora das Candeias -, pedimos que se realize em todas as comunidades uma caminhada silenciosa à luz de velas, por ocasião da celebração. Às pessoas comprometidas com esta causa e às que não puderem participar da celebração sugerimos que acendam uma vela em frente à sua residência, como sinal do seu empenho em favor da paz.
Invocando a proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz, rogamos que o Espirito nos oriente no sentido de assumirmos nossa responsabilidade social e política para construirmos uma sociedade de irmãs e irmãos que convivam na igualdade, fraternidade e na paz.
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