sábado, 31 de julho de 2010

Mercúrio é mais perigoso no mar

Baía de São marcos em Alcântara/MA( Foto Edmilson Pinheiro)

As concentrações de mercúrio em água doce são muito maiores

do que as encontradas em água salgada. Entretanto, ao serem ingeridos, são

os peixes de mar que oferecem mais riscos à saúde humana.



A afirmação é de um estudo feito por pesquisadores da Universidade Duke, nos

Estados Unidos, e publicado neste domingo (27/6) no site da revista Nature

Geoscience.



O motivo é a própria água do mar. A versão potencialmente perigosa do

mercúrio é o metilmercúrio (C2H6Hg), que se une à matéria orgânica

dissolvida em água doce e, no mar, liga-se ao cloreto, ou seja, ao próprio

sal.



“O modo mais comum por meio do qual a natureza transforma o metilmercúrio em

uma forma menos tóxica é por meio da ação da luz solar. Quando o

metilmercúrio é ligado à matéria orgânica dissolvida, como plantas ou

animais decompostos, a luz do sol quebra a molécula”, disse Heileen Hsu-Kim,

professora assistente de engenharia civil da Universidade Duke e um dos

autores do estudo.



“Entretanto, na água do mar, o metilmercúrio permanece fortemente ligado ao

cloreto, não sendo degradado com facilidade pela luz solar. Nessa forma, ele

será ingerido por animais marinhos”, explicou.



O metilmercúrio é uma neurotoxina potente que, uma vez ingerida, pode

provocar problemas nos rins, no sistema nervoso e até mesmo morte. A

ingestão da substância é particularmente perigosa nos casos de gravidez,

podendo causar problemas neurológicos na criança.



Como peixes e frutos do mar têm tendência natural de armazenar metilmercúrio

em seus órgãos, eles são a principal fonte de ingestão do metal em humanos.



“A exposição ao mercúrio é consideravelmente elevada nos Estados Unidos. Um

levantamento epidemiológico recente verificou que 8% das mulheres tinham

níveis de mercúrio mais altos do que o limite considerado ideal. Uma vez que

os humanos estão no topo da cadeia alimentar, qualquer quantidade de

mercúrio nos alimentos se acumula em nosso corpo”, disse Heileen.



Segundo a cientista, o estudo reforça a importância de direcionar pesquisas

e políticas de controle do mercúrio para a água salgada. Até hoje, a maior

parte dos esforços tem sido direcionada à presença do metal em água doce.



Atualmente, destaca Heileen, cientistas contam com tecnologia capaz de medir

com eficácia as concentrações de mercúrio na água do mar, que são menores –

e, portanto, mais difíceis de identificar – do que na água doce.



“Como o metilmercúrio não é quebrado pela luz solar na água do mar, sua vida

é muito maior ali do que na água doce”, disse. O mercúrio chega à água por

muitas rotas. As fontes mais importantes são a combustão de carvão, o refino

de ouro e de outros metais não ferrosos e erupções vulcânicas.



O artigo Photolytic degradation of methylmercury enhanced by binding to

natural organic ligands (doi: 10.1038/ngeo892), de Tong Zhang e Heileen

Hsu-Kim, pode ser lido por assinantes da Nature Geoscience em



ess.com&url=http%3A%2F%2Fwww.nature.com%2Fnaturegeoscience&sref=http%3A%2F%2

Ffisicaequimicanocotidiano.wordpress.com%2F2010%2F06%2F29%2Fo-mercurio-hg-e-

mais-perigoso-no-mar%2F> http://www.nature.com/ngeo.



Física e Química no cotidiano

Prof. Adão Reinaldo Farias

http://fisicaequimicanocotidiano.wordpress.com/2010/06/29/o-mercurio-hg-e-ma

is-perigoso-no-mar/

Agência FAPESP –

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