sábado, 31 de julho de 2010

ONG articula movimentos socioambientais no Maranhão

BRASIL



Lançamento da Ong Reentrâncias ( Foto: Reentrâncias)

Foi lançada ontem  (30), em ocasião do Seminário Quilombolas, a ONG Reentrâncias, criada para articular e apoiar os movimentos, organizações e comunidades da região litoral norte do Maranhão numa perspectiva de fortalecimento das lutas populares. O Seminário aconteceu no Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) do município de Bequimão.

Diversas entidades e movimentos, atuantes na luta das comunidades quilombolas da região, participaram de debates sobre a criação de políticas públicas voltadas para a terra e o direito dos quilombolas, além de apresentações de música e danças populares. O evento foi realizado pela STTR do município, Fórum Carajás, Colônia de Pescadores Z-38 e Comunidades Quilombolas da região.

Para conhecer a ONG Reentrâncias, acesse http://www.reentrancias-ma.blogspot.com/.

Por: Adital
www.adital.com.br

Mercúrio é mais perigoso no mar

Baía de São marcos em Alcântara/MA( Foto Edmilson Pinheiro)

As concentrações de mercúrio em água doce são muito maiores

do que as encontradas em água salgada. Entretanto, ao serem ingeridos, são

os peixes de mar que oferecem mais riscos à saúde humana.



A afirmação é de um estudo feito por pesquisadores da Universidade Duke, nos

Estados Unidos, e publicado neste domingo (27/6) no site da revista Nature

Geoscience.



O motivo é a própria água do mar. A versão potencialmente perigosa do

mercúrio é o metilmercúrio (C2H6Hg), que se une à matéria orgânica

dissolvida em água doce e, no mar, liga-se ao cloreto, ou seja, ao próprio

sal.



“O modo mais comum por meio do qual a natureza transforma o metilmercúrio em

uma forma menos tóxica é por meio da ação da luz solar. Quando o

metilmercúrio é ligado à matéria orgânica dissolvida, como plantas ou

animais decompostos, a luz do sol quebra a molécula”, disse Heileen Hsu-Kim,

professora assistente de engenharia civil da Universidade Duke e um dos

autores do estudo.



“Entretanto, na água do mar, o metilmercúrio permanece fortemente ligado ao

cloreto, não sendo degradado com facilidade pela luz solar. Nessa forma, ele

será ingerido por animais marinhos”, explicou.



O metilmercúrio é uma neurotoxina potente que, uma vez ingerida, pode

provocar problemas nos rins, no sistema nervoso e até mesmo morte. A

ingestão da substância é particularmente perigosa nos casos de gravidez,

podendo causar problemas neurológicos na criança.



Como peixes e frutos do mar têm tendência natural de armazenar metilmercúrio

em seus órgãos, eles são a principal fonte de ingestão do metal em humanos.



“A exposição ao mercúrio é consideravelmente elevada nos Estados Unidos. Um

levantamento epidemiológico recente verificou que 8% das mulheres tinham

níveis de mercúrio mais altos do que o limite considerado ideal. Uma vez que

os humanos estão no topo da cadeia alimentar, qualquer quantidade de

mercúrio nos alimentos se acumula em nosso corpo”, disse Heileen.



Segundo a cientista, o estudo reforça a importância de direcionar pesquisas

e políticas de controle do mercúrio para a água salgada. Até hoje, a maior

parte dos esforços tem sido direcionada à presença do metal em água doce.



Atualmente, destaca Heileen, cientistas contam com tecnologia capaz de medir

com eficácia as concentrações de mercúrio na água do mar, que são menores –

e, portanto, mais difíceis de identificar – do que na água doce.



“Como o metilmercúrio não é quebrado pela luz solar na água do mar, sua vida

é muito maior ali do que na água doce”, disse. O mercúrio chega à água por

muitas rotas. As fontes mais importantes são a combustão de carvão, o refino

de ouro e de outros metais não ferrosos e erupções vulcânicas.



O artigo Photolytic degradation of methylmercury enhanced by binding to

natural organic ligands (doi: 10.1038/ngeo892), de Tong Zhang e Heileen

Hsu-Kim, pode ser lido por assinantes da Nature Geoscience em



ess.com&url=http%3A%2F%2Fwww.nature.com%2Fnaturegeoscience&sref=http%3A%2F%2

Ffisicaequimicanocotidiano.wordpress.com%2F2010%2F06%2F29%2Fo-mercurio-hg-e-

mais-perigoso-no-mar%2F> http://www.nature.com/ngeo.



Física e Química no cotidiano

Prof. Adão Reinaldo Farias

http://fisicaequimicanocotidiano.wordpress.com/2010/06/29/o-mercurio-hg-e-ma

is-perigoso-no-mar/

Agência FAPESP –

Projeto Estaleiro Escola consolida a revitalização de embarcações

Embarcação no municipío de Guimarães/MA ( Foto: Edmilson Pinheiro)

A preservação de um dos mais tradicionais saberes populares do Maranhão, a construção de barcos artesanais de madeira, ameaçada de desaparecer, está sendo revitalizada com o funcionamento do Centro Vocacional e Tecnológico (CVT) Estaleiro Escola. O CVT Estaleiro Escola é vinculado à Universidade Virtual do Maranhão (Univima), setor da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Desenvolvimento Tecnológico (Sectec).


A sede do Estaleiro Escola está instalada no Sítio Tamancão, às margens do rio Bacanga, no lado oposto ao Centro Histórico de São Luís, na área Itaqui-Bacanga. É um conjunto de prédios que formaram, no século XIX, uma indústria de beneficiamento de arroz para exportação que utilizava um singular sistema de aproveitamento do movimento das marés como forma de energia mecânica através de um engenhoso moinho de marés.
Para o secretário de Ciência e Tecnologia, Lauro Andrade Assunção, a iniciativa tem total apoio do Governo do Estado pelo seu caráter de ineditismo. “É um trabalho de abrangência educativa, social, histórica, econômico e, sobretudo, cultural”, afirmou o secretário.
Em junho de 2009, o Ministério da Cultura indicou o CVT Estaleiro Escola para a lista das 10 melhores práticas de preservação e salvaguarda de conhecimentos tradicionais do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Ao final de julho, o Estaleiro Escola entregou, totalmente restaurada, a Dinamar, uma típica embarcação maranhense, do tipo canoa costeira. Depois de muita luta, o trabalho conduzido por mestres em carpintaria naval e profissionais, como o engenheiro civil Luiz Phelipe Andrès, se transformou em uma realidade.
Por isso mesmo, a solenidade de entrega da canoa costeira Dinamar ao seu proprietário, Martinho Alves, neto de marinheiro, no fim de julho, no Sítio Tamancão, foi um marco importante na trajetória do Estaleiro Escola, na opinião de Phelipe Andrès. Foram seis meses de trabalho, envolvendo diversos técnicos e tendo à frente o mestre carpinteiro naval Otávionilson Nogueira.
Curso - No Estaleiro, funciona o Curso Técnico de Nível Médio em Construção de Embarcações Artesanais Maranhenses por meio de convênio firmado em 2007 entre o Governo do Estado e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
Conta também com biblioteca especializada e auditório equipado para vídeo conferências em tempo real. Painéis pedagógicos foram instalados ao lado de modelos navais tridimensionais para auxiliar na formação dos profissionais.
Por meio do curso, espera-se a divulgação da profissão de Técnico em Construção de Embarcações Artesanais Maranhenses. A meta é colocar no mercado de trabalho um profissional que garantirá a perpetuação da técnica, a geração de novos empregos e melhoria de renda para todos os profissionais envolvidos nas etapas de construção naval artesanal maranhense e o incentivo à criação de estaleiros-escola em outras regiões.
O curso começou com 120 alunos e dois professores, e se tornou logo uma atividade permanente da escola, pois novas turmas se revezarão a cada período.
Além da formação de profissionais da arte de construir embarcações de madeira, os resultados subsidiam aos demais projetos que visam à recuperação e intensificação das atividades de pesca e indústria naval.
Experiência de vida
Otávionilson Nogueira, 28 anos, é um dos mestres em construção artesanal que trabalham no Estaleiro Escola. Ele começou a aprender o ofício aos 9 anos, como ajudante em uma carpintaria naval no município de Cururupu, no litoral oeste do Maranhão.

A trajetória de Otávionilson Nogueira foi um pouco diferenciada na forma de transmissão de conhecimento, realizada de pai para filho. No caso dele, aprendeu quando foi morar com uma família de quatro irmãos carpinteiros, e um deles passou a ser seu pai de criação.


“Eles eram amigos de minha família”, contou. Para ele, o Estaleiro Escola é uma excelente iniciativa. “Muita boa para os carpinteiros, pois a gente estava um pouco esquecido e achamos que esse é caminho certo. Agora, está mais fácil valorizar a profissão”, comemorou Nogueira.
 
Por: O Esatdo do MA
http://imirante.globo.com

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Seminário Quilombolas e apresentação da Ong Reentrâncias em Bequimão/MA

CONVITE




                                                           Imagem 01: localização de Bequimão no estado

Local: STTR de Bequimão/MA

Período: 30 de Julho (sexta-feira) de 2010



Neste dia estarão reunidas no município de Bequimão/MA várias entidades, movimentos que atuam na região para tratar sobre as questões relativas as comunidades quilombolas e ambientais do município. Neste mesmo dia ocorrerá a apresentação da Ong Reentrâncias criada para articular e apoiar os movimentos, organizações e comunidades da região litoral norte do Maranhão numa perspectiva de fortalecimento das lutas populares.



Programação:



08:30 Abertura (STTR de Bequimão e Fórum Carajás)



09:00 Fala dos representantes das comunidades quilombolas



09:30 Políticas Públicas voltadas para as Comunidades Quilombolas (Terra e Direitos)

Palestrantes:


Maria Jose Palhano (ACONERUQ)

Prof. Saul Gutman (IFMA)

Ivan Rodrigues Costa (Centro de Cultura Negra)

Representante do INCRA



10:30-Debates



12:00 Almoço



14:00 Informes sobre Resex Itapetininga de Bequimão/MA

Representante do ICMBio



                              Imagem  02: Canoas no Rio Itapetininga em Bequimão/MA


14:30 Atuação do Poló Sindical na Baixada Ocidental Maranhense

Jose Raimundo Rodrigues e Lina Célia (Pólo Sindical da Baixada)

 
15:00 Apresentação da Reentrâncias à Comunidade Bequimãoense

Teresinho Alves (Coordenador) e Elton Carlos Araujo (Coordenador)



Momento Cultural
                                                      Imagem 03: Tambor de Crioula (Bequimão/MA)

15:30 Tambor de Crioula do Povoado Santa Rita

16:30 Dança do Boiadeiro do Povoado Ariquipá

17:20 Banda Musical “AMAS”



Realização: Reentrâncias, STTR de Bequimão, Fórum Carajás, Colônia de Pescadores Z-38, Comunidades Quilombolas de Bequimão

Apoio: Misereor

http://reentrancias-ma.blogspot.com/

www.forumcarajas.org.br

Arroz nos lagos de Viana

LÁ VEM O ARROZ, DE NOVO (e de velho)!


O belo Lago de Viana, desfigurado pela plantação de arroz no seu leito


O Governo do Estado está entregando 15 toneladas de sementes de uma nova variedade de arroz arariba para agricultores da Baixada Maranhense, incluindo Viana. A semente geneticamente melhorada, tem maior produtividade e resistência a uma das maiores doenças enfrentadas na região: a brusone de arroz. Que “diacho” é isso? Leia abaixo.

Brusone

“A brusone é a doença do arroz mais expressiva no Brasil, causando perdas significativas no rendimento das cultivares suscetíveis quando as condições de ambiente são favoráveis. A brusone ocorre em todo o território brasileiro, do Rio Grande do Sul ao Amazonas. Os prejuízos são variáveis, sendo maiores em arroz de terras altas. Em condições favoráveis à doença, na Região Centro-Oeste brasileira, as perdas podem chegar até 100%.”

Em reportagem desta sexta feira, 09/07 no jornal O Estado do MA, o gestor regional da Agerp (Agência de Pesquisa Agropecuária) de Viana, Marlúcio Mendonça, explicou que a seleção dos agricultores beneficiados foi feita pela própria Agerp. “Essa semente vai dar um salto de produtividade do arroz produzido na região”, afirmou o gestor.


Piranhas X Arroz X Ratos X Cidadãos

Bom, não temos certeza se essas sementes são as mesmas que serão utilizadas no polêmico plantio de arroz no leito do lago de Viana. Se for, estamos diante de infinitas contradições, visto que o Lago de Viana é uma área de proteção ambiental e não deveria estar sofrendo essas agressões, inclusive com a anuência de um órgão estadual. Por outro lado, além de receber agrotóxicos nas plantações, o arroz de várzea (esse do Lago de Viana) é alvo de uma feroz disputa entre ratos e piranhas, predadoras nativas da nossa região. E, para o cidadão vianense que vai consumir, resta apelar para a sorte de não sofrer nenhuma doença por ter que engolir um alimento manipulado geneticamente, com suspeita de agrotóxicos e também com resquícios dos roedores que montaram acampamento nas plantações.
 
Por: Por Luiz Antonio Morais
http://vianensidades.blogspot.com

Ação beneficia 309 extrativistas da Baixada Maranhense

Trezentos e nove extrativistas dos campos naturais e áreas de várzeas do município de São João Batista, na Baixada Maranhense, recebem, nesta segunda-feira (26), o Termo de Autorização de Uso da terra para as atividades extrativistas e agropastoris, expedido pela Secretaria do Patrimônio da União no Maranhão.

A ação faz parte do Programa de Regularização Fundiária na Região dos Campos Naturais e Áreas de Várzeas da Baixada Maranhense, em áreas de domínio da União, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário (Sedagro). É viabilizado através de Acordo de Cooperação Técnica celebrado entre a União, por meio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão/Superintendência do Patrimônio da União, com o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Agrário (Sedagro) e Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma).


O objetivo central do Programa é promover a cidadania das comunidades ribeirinhas tradicionais, em harmonia com o desenvolvimento sustentável, a partir de um instrumento inovador "o Termo de Autorização de Uso - que garante a segurança na posse da terra, fazendo cumprir a função socioambiental da propriedade.


Beneficiários


Os beneficiários desse projeto são as comunidades ribeirinhas tradicionais agroextrativistas e pastoris que ocupam as margens de rios e áreas de várzeas federais.


Principais benefícios:


1.Garantia na segurança da posse da área em que vivem e produzem;


2.Permite o acesso a linhas de créditos para o financiamento da produção, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf Extrativismo) destinado aos extrativistas;


3.Inclusão em demais programas sociais.


4. Comprovante de residência oficial - As famílias extrativistas das regiões dos campos naturais e áreas de várzea da Baixada não têm um endereço reconhecido, um endereço identificado e cadastrado, e agora passam a ter uma residência fixa, um endereço oficial.


5. Auxílio no acesso à Aposentadoria Rural pelo INSS – com o Termo de Uso os trabalhadores rurais moradores dessas regiões da Baixada – campos naturais e várzeas passam a ter um documento comprobatório da profissão de extrativista e um endereço fixo de residência, necessários para obter a aposentadoria rural.


O Termo de Autorização de Uso contém as seguintes informações:


- Foto da moradia com a família na frente


- Localização geográfica: latitude e longitude

- Município

- Anotações do nome, profissão agroextrativista, número da Identidade, do CPF.
 
 
Por: Sedagro
www.maranhao.gov.br

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Direito Humano à Água inunda ONU

A proposta de reconhecer o acesso à água como um direito universal básico poderia distanciar as nações ricas das pobres na Organização das Nações Unidas (ONU). A principal oposição parte das nações ocidentais, disse Maude Barlow, ativista e fundadora da Blue Planet Project, com sede no Canadá. “Esse país é o pior. Mas Austrália, Estados Unidos e Grã-Bretanha também entorpecem o processo”, afirmou. “Resisto a ver isto como uma questão Norte-Sul, mas começa a parecer muito que é”, acrescentou à IPS. Se a Assembleia Geral, de 192 membros, adotar a resolução, “será uma das coisas mais importantes já feitas pela ONU desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos”, afirmou Maude.



O rascunho de duas páginas, promovido pela Bolívia, reconhece “o direito humano a água e saneamento”. A versão final será apresentada ao presidente da Assembleia Geral, o líbio Ali Abdussalam Treki, no final deste mês, se superar os obstáculos políticos. “É algo muito importante para as nações em desenvolvimento”, disse à IPS um diplomata que não quis se identificar. É verdade que não há sustento legal para declarar o acesso a água e saneamento como um direito universal básico, ressaltou. “É preciso aperfeiçoar as questões de definição e alcance, mas já há um processo em Genebra para trabalhar a respeito na Assembleia Geral, acrescentou. “São assuntos importantes e devemos obter um consenso para esta resolução. Do contrário será jogado por terra a importância do acordo a que chegamos”, advertiu.


Quase dois bilhões de pessoas vivem em áreas com escassez e três bilhões não têm água corrente no raio de um quilômetro de suas casas, destacou Maude. Quando foi redigida a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, ninguém podia prever que chegaria o dia em que o acesso à água seria um problema, diz uma carta enviada por Maude aos representantes dos 192 membros da ONU. “Em 2010 não é exagerado dizer que a dificuldade de acesso a água potável é uma das piores violações dos direitos humanos”, acrescentou a ativista, que foi assessora do ex-presidente da Assembleia Geral no período 2008/09, o nicaraguense Miguel d’Escoto.


O Canadá freou os passos mais básicos para um reconhecimento internacional do acesso a água como direito universal e trabalhou nos bastidores para desbaratar as iniciativas com vistas à criação de um instrumento vinculante, afirmou Maude. Os funcionários canadenses não explicam sua posição, dizendo apenas que uma convenção desse tipo obrigaria o país a compartilhar seu recurso com os Estados Unidos. Mas é apenas uma desculpa e o governo de Stephen Harper sabe disso, acrescentou. Uma explicação melhor é que uma convenção da ONU atuaria como contrapeso de quem pretende vender a água com fins lucrativos, ressaltou.


Por sua vez, Ann-Mari Karlsson, do Instituto Internacional da Água de Estocolmo (SIWI) disse que a organização concorda “com a posição de especialistas independentes da ONU sobre o direito a água e saneamento serem parte de um padrão de vida adequado, direito já protegido no artigo 11 do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais”.


É importante que a resolução das Nações Unidas o deixe bem claro, ressaltou Ann-Mari, “o que não está fazendo”, acrescentou. Além disso, neste contexto, não se pode subestimar a importância do saneamento. O acesso a água e a disponibilidade do saneamento estão estreitamente vinculados, disse. Contudo, no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, se está mais longe de alcançar o primeiro do que o segundo, acrescentou. “Isso deveria se refletir na resolução”, acrescentou.


“Organizações locais e internacionais que lutam por justiça no acesso a água reclamam que as lideranças da ONU claramente reconheçam que se trata de um direito humano, como o saneamento”, disse, por sua vez, Anil Naidoo, também da Blue Planet Project. Anil trabalhou com a China e os 130 integrantes do Grupo dos 77 países em desenvolvimento para promover o rascunho da resolução. “Na medida em que se avança, reclamamos que o texto da resolução seja contundente e não deixe dúvidas a respeito de que a água e o saneamento são direitos humanos”, acrescentou.


“Não estamos contra a privatização como princípio. Nossa principal preocupação é que o Estado assuma sua responsabilidade de regular e supervisionar as atividades do setor privado para que todos tenham água potável e corrente e saneamento”, afirmou Ann-Mari à IPS. Não é relevante se o serviço é fornecido por uma empresa pública ou privada, mas que a água e o saneamento sejam considerados direitos humanos, insistiu.

Por: Thalif Deen, da IPS
http://mercadoetico.terra.com.br

Degelo em montanhas é principal causa de elevação do nível do mar

O glaciólogo e coordenador-geral do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera, Jefferson Cardia Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), vai abordar na próxima semana, durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Natal (RN), a contribuição do degelo em regiões polares e em regiões montanhosas para a elevação do nível do mar.


“Nossa maior preocupação hoje é com o degelo em regiões montanhosas, como os Andes, que estão dando a maior contribuição para o aumento do nível do mar”, diz Simões, um dos líderes do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). “A Antártida e a Groenlândia também contribuem com esse fenômeno, mas é só uma porção muito pequena do gelo dessas regiões que está derretendo. O gelo do oceano Ártico está derretendo, mas não afeta o nível do mar”, afirma.

Simões explica que o gelo mais “quente”, situado ao norte da Antártida e ao sul da Groenlândia, é que está derretendo com maior velocidade nas duas regiões polares e ao se desfazer pode contribuir para o aumento do nível do mar. Entretanto, ele representa menos de 1% do volume total do gelo do continente antártico, que concentra 90% de todo o gelo do planeta, e uma pequena fração do gelo da Groenlândia.


De acordo com o especialista, no Ártico, o gelo que está desaparecendo mais rapidamente é o marinho flutuante, que não contribui em volume para a elevação do nível do mar, uma vez que toda a sua massa já está na água. Do ponto de vista climático, entretanto, esse tipo de gelo é importante para manter o equilíbrio térmico no Ártico, por refletir a luz do sol. Quanto menos gelo marinho, mais radiação solar é absorvida pelo oceano. “Esse é um problema muito sério e ainda não temos nenhuma evidência de como a Ártico responderá a essas mudanças nos próximos anos”, diz Simões. “Hoje sabemos que as regiões polares são tão importantes quanto a Amazônia para o sistema climático mundial”, diz. “Quando se mexe na massa de gelo da Terra, há alterações no clima”, explica.

Por: Redação Sociedade Sustentável
http://sociedadesustentavel.terra.com.br

País prepara estratégias para enfrentar impactos relacionados à água

O Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) será revisado, e as mudanças estão sendo discutidas nas 12 regiões hidrográficas do país. Os debates se dividem em duas vertentes: as necessidades locais e as grandes estratégias nacionais. "Os temas nacionais são especialmente a relação da água com as mudanças climáticas, com as questões ambientais e com o desenvolvimento econômico", explica o diretor de Recursos Hídricos do MMA, Marco Neves. O documento que vai consolidar todas as propostas estará pronto até o final do ano, com planejamento para os próximos 15 anos, e será encaminhado à apreciação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos no início de 2011.




Em Brasília, nos dias 27 a 29 de julho, haverá um dos debates sobre estratégias nacionais, com o tema: "Diálogo Água e Clima: Adaptação aos Riscos para a Gestão dos Recursos Hídricos visando a Política Nacional de Mudança do Clima (PNMC)". Serão abordadas as medidas necessárias para enfrentar os riscos de inundações, escassez de água, deslizamentos de encostas e colapsos na infra-estrutura de saneamento e habitação em áreas de ocupação irregular do solo.


Foto: Rio margeando a estrada de ferro Carajás (arquivo Edmilson Pinheiro)


Ao mesmo tempo em que se desenrolam os grandes assuntos para o país, também haverão oficinas nas regiões hidrográficas. A primeira será a do rio Uruguai, que abrange o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, entre os dias 3 e 5 de agosto, em Passo Fundo (RS). E a última na bacia do São Francisco, nos dias 29 de setembro e 1° de outubro, em Belo Horizonte, reunindo Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Bahia, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal.
 
Por: Cristina Ávila
www.mma.gov.br

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Está cada vez mais difícil achar água potável

A tarefa de fornecer água de boa qualidade onde ela é necessária está se tornando cada vez mais difícil em todo o mundo. Nas últimas décadas, os países têm feito investimentos em infraestrutura para aliviar a escassez, mas até agora, na maioria dos casos, a resposta a essa questão deixou de considerar o problema suscitado pela deterioração que os recursos hídricos vêm sofrendo. Para enfrentar de forma efetiva o problema da crescente crise da água será preciso vincular o seu uso à atenção ao meio ambiente.


Em muitos lugares, mesmo onde a água ainda é abundante, a destruição ambiental tornou caro demais o seu uso. Em outros que desfrutam um bom suprimento de água, ela é usada de maneira imprópria. As prioridades podem ficar de tal modo viciadas que, embora as cidades continuem desesperadas à procura de água, agricultores estão irrigando árvores frutíferas ou plantações de algodão no deserto. Ainda menos aceitável é que a água potável esteja sendo usada para manter jardins e campos de golfe, enquanto os pobres urbanos são forçados a pagar caro por ela, a qual compram em baldes.



Por causa disso, cerca de 700 milhões de pessoas em mais de 40 países são afetadas pela escassez. A intromissão humana nos ambientes hídricos é também um problema crescente. Até 2030 a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que 75% da população mundial estará vivendo em áreas costeiras, pondo em risco as terras úmidas que ajudam a limpar o ambiente aquático, além de expor centenas de milhões de pessoas aos riscos relacionados com a água associados às mudanças climáticas.



O Banco Mundial é o maior financiador oficial de investimentos em água nos países em desenvolvimento. Os compromissos de empréstimo na última década somaram por volta de US$ 55 bilhões, com a China e a Índia no topo da lista de mutuários, seguidas pelo Brasil e pela Indonésia. Os projetos hídricos, cobrindo da irrigação e da hidroenergia à gestão de mananciais e vias aquáticas interiores, mostraram nos últimos anos maior sucesso do que outros setores na realização de seus objetivos.



Perdura, no entanto, o desafio de atender às atuais necessidades de água e implantar, ao mesmo tempo, estratégias inovadoras para tomar em conta as futuras necessidades. As áreas de ênfase caem em cinco campos principais ao longo do eixo do desenvolvimento aquático e da gestão ambiental.



Primeiro, o grupo que mais sofre a escassez de água consiste de 45 países, dos quais 35 são da África, que tem pouca. É necessário que a sustentabilidade hídrica se torne central nos seus planos de desenvolvimento, com medidas dimensionadas para atender às suas necessidades urgentes. Mesmo países ricos em água, como o Brasil ou a Tailândia, podem vir a enfrentar deficiência, ao caírem os níveis em represas e de fontes naturais.



Segundo, os lençóis aquáticos subterrâneos estão cada vez mais ameaçados por exploração excessiva, fluxos ambientais inadequados e contaminação. O esgotamento mais grave de águas subterrâneas ocorre no Oriente Médio, no norte da África e no sul da Ásia. Os esforços necessários abrangem monitoramento da qualidade da água, melhoramento dos aterros sanitários e redução da infiltração de águas superficiais contaminadas nos lençóis freáticos.



Terceiro, a restauração de ambientes degradados pode ter grandes impactos. Um projeto de proteção de terras úmidas costeiras no Vietnã, por exemplo, ajudou a reduzir a área de erosão costeira em nada menos que 40%.



Quarto, as Nações Unidas estimam que 1,8 bilhão de pessoas ainda não terá acesso ao saneamento básico em 2015. Será preciso colocar mais ênfase não somente em soluções de baixo custo no saneamento básico, mas também em ligações domiciliares aos sistemas sanitários. Entre os países em desenvolvimento, registrou-se o maior progresso na Ásia oriental.



Quinto, os investimentos em abastecimento de água precisam ser combinados com a gestão da demanda. A agricultura é a maior usuária na maioria das situações, nas quais tecnologias que melhoram a eficiência não são suficientes para melhorar o uso da água. Uma recuperação de custos maior em projetos hídricos seria útil. Estabelecer cotas e forçar o seu uso no consumo de água, um enfoque relativamente recente, merece cuidadosa avaliação.



Mesmo quando são reconhecidas, tem sido difícil converter tais prioridades em ação. Quando os atores-chave se sentam à mesa para negociar a distribuição de água, o meio ambiente fica esquecido. Raramente existe apoio à recuperação de um aquífero em declínio se ainda se pode extrair água dele, à restauração de faixas úmidas protetoras ou à manutenção de um fluxo suficiente num rio, para que a fauna silvestre possa sobreviver e a intrusão salina, ser prevenida.



O apoio político à reforma é muitas vezes dificultado por graves lacunas na compreensão da situação hídrica de um país. Melhores dados, monitoramento sistemático e divulgação dos achados são essenciais para a mobilização de recursos e a ação. O compartilhamento de conhecimentos apoia, assim, os desembolsos financeiros e possibilita melhores resultados no terreno.



Uma maneira de abrir uma janela de oportunidade seria apoiar processos de monitoração que mandam informações relevantes aos interessados públicos e privados. O exemplo do Brasil mostra que, tornando dados de água disponíveis para o público na internet, isso ajuda a aumentar a preocupação dos interessados, o que também ajuda a mobilizar a vontade política necessária para confrontar problemas de águas arraigados.


Por: Vinod Thomas e Ronald S. Parker: Respectivamente, diretor-geral e consultor no grupo independente de avaliação do banco mundial (Washington D.C.)
** Artigo pblicado originalmente no jornal O Estado de São Paulo
http://www.envolverde.com.br/#

PNUMA lança Atlas sobre manguezais

Estudo afirma que um quinto dos manguezais do planeta desapareceu desde 1980
Manguezal no município de Bequimão/MA  (Foto: Edmilson Pinheiro/Fórum Carajás)


O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) revelou que os manguezais continuam desaparecendo quatro vezes mais rápido que as florestas terrestres. O organismo divulgou nesta terça-feira um Atlas detalhado sobre estes ecossistemas formados por árvores que ocupam desembocaduras de água doce e zonas costeiras, e que se encontram em 123 países nas regiões tropicais e subtropicais, entre eles o México e o Brasil.


O Atlas destaca que uma quinta parte da totalidade dos manguezais se perdeu desde 1980 e adverte que se a destruição continuar nesse ritmo terá como consequência uma deterioração econômica e ecológica de grandes proporções. A destruição dos manguezais se deve principalmente à pesca de camarões e ao desenvolvimento costeiro, explicou o PNUMA.

O documento da ONU salientou que os lucros provenientes da exploração destas ecossistemas são estimados entre US$ 2 mil e US$ 9 mil por hectare ao ano - mais que outras atividades, como agricultura e o turismo.


O novo atlas também revela tendências positivas. Os esforços de reflorestamento agora cobrem aproximadamente 400 mil hectares, pois os países mais prudentes vem conseguindo fazer a conexão entre essas florestas costeiras e serviços importantes economicamente - da piscicultura ao estoque de carbono para combater as mudanças climáticas.


Os manguezais são defesas costeiras naturais que ajudam a prevenir a erosão e a mitigar as ameaças dos ciclones e tsunamis.
 
Por: Agência Estado
http://www.estadao.com.br/

terça-feira, 13 de julho de 2010

Comunidade do Bequimão recebe Farol da Educação

“A leitura é e será essencial em qualquer época”, afirmou o secretário de Estado de Educação, Anselmo Raposo ao entregar, na tarde desta quarta-feira (8), na cidade Bequimão, o Farol da Educação Marize de Fátima Lemos Martins. Ele estava acompanhado de secretários adjuntos e da equipe técnica da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).


Ao entregar a obra, cuja construção teve inicio em 2003, Anselmo Raposo disse esperar que o farol seja utilizado pela comunidade da melhor forma possível e que a juventude e os alunos das redes estadual e municipal de ensino desfrute de um ambiente de leitura, pesquisa e estudo em busca de novos conhecimentos.



Depois de salientar que o maior desejo de um professor é transmitir conhecimento aos seus alunos, o secretário disse que se sentia feliz em inaugurar uma obra em que o homenageado é um professor. Ele destacou a biografia da homenageada, que dedicou a vida inteira à causa da Educação. “A inauguração desse lugar é o reconhecimento da dedicação a alguém quem sempre utilizou os livros para transmitir conhecimentos”.



A supervisora de Bibliotecas Escolares da Seduc, Cynthia Marques, disse que o novo farol vai promover ações de incentivo à leitura em um ambiente climatizado, com um amplo acervo bibliográfico. Serão disponibilizados no local cerca de dois mil títulos para os jovens como fonte de pesquisa e de auxílio também para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Ela disse que o foco das bibliotecas é sempre estimular o hábito da leitura entre crianças e adolescentes em um ambiente agradável.



Em nome da família de Marize Martins, discursou o pai da homenageada, Antonio dos Santos Martins que, emocionado, agradeceu à Seduc pela lembrança de colocar o farol em nome da professora que dedicou sua vida pela melhoria da Educação de Bequimão.



Visita



Acompanhado da equipe técnica da Seduc e do gestor da unidade regional de Educacao do município de Pinheiro, Fernando Mitoso, Anselmo Raposo conversou e ouviu as principais reivindicações dos diretores dos centros de ensino Manoel Bequimão, Liliosa Cantanhede e Aniceto Cantanhede.



Na visita ao CE Aniceto Cantanhede, que atende aproximadamente 1,6 mil alunos com o ensino médio em dois turnos, Anselmo Raposo garantiu o envio de 200 novas carteiras padronizadas. As novas carteiras também irão atender aos alunos do programa Projovem, que frenquentam a mesma escola no período noturno. As carteiras serão entregues na próxima semana.
 
 
Por: Lauro Vasconcelos
www.maranhao.gov.br

terça-feira, 6 de julho de 2010

Eleitos os membros dos Conselhos Estaduais do Meio Ambiente e o de Recursos Hídricos



 

Baía de São Marcos/Cujupe (Alcântara/MA) (arquivo Fórum Carajás)


Aconteceu entre os dias 12 e 13 de junho, em São Luís, no Espaço OASIS, localizado no Bairro Aurora, o Processo Eleitoral para a composição do plenário dos Conselhos Estaduais do Meio Ambiente (CONSEMA) e o de Recursos Hídricos (CONERH) do Maranhão. Estiveram presentes o Secretário de Estado do Meio Ambiente, Washington Rio Branco, o Deputado Estadual Antonio Bacelar, além de outras autoridades e membros das entidades ambientalistas, movimentos sociais, órgãos e empresas comprometidas com as questões sociais e ambientais no Estado.


O CONSEMA e o CONERH são importantes instancias de acompanhamento da implementação das políticas de desenvolvimento sustentável do Maranhão uma vez que ambos são fórum de discussão de temas de interesse de toda a sociedade na busca de definições das políticas para o meio ambiente e recursos hídricos em consonância com a legislação vigente, com a qualidade de vida dos maranhenses e interface com as demais políticas públicas.


Assim como na governança das águas do país, as águas do Maranhão não se diferem das co-irmãs de outros Estados e ganham valor na ampliação de mecanismos de participação, visando facilitar processos de formação e manutenção de um participante coletivo. E dentro deste cenário o Conselho Estadual de Meio Ambiente e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos são as instâncias máximas de gestão com caráter consultivo e deliberativo que aglutina todos os atores interessados, expressando-se como um espaço democrático e participativo permitindo assim a construção de pactos.


No período de 14 a 17 de junho foi realizado uma capacitação para os novos conselheiros, a qual contou com a presença de instrutores de vários estados com efetiva participação na gestão da política de meio ambiente e de recursos hídricos, a nível nacional.


A Lista dos eleitos com seus respectivos suplentes:

CONSEMA


Poder Público :  http://www.sema.ma.gov.br/portal/upimg/PODER%20PUBLICO%20-%20CONSEMA%5B1%5D.pdf

Segmento Empresarial:  http://www.sema.ma.gov.br/portal/upimg/SEGMENTO%20..%5B1%5D.pdf

Sociedade Civil Organizada:   http://www.sema.ma.gov.br/portal/upimg/SOCIEDADE%20CIVIL%20ORG%20-%20CONSEMA%5B1%5D.pdf


CONERH
Organizações Não-Governamentais:  http://www.sema.ma.gov.br/portal/upimg/TITULAR%20E..%5B1%5D.pdf

Poder Pùblico: http://www.sema.ma.gov.br/portal/upimg/PODER+P%C3%9AB..%5B1%5D.pdf


Por: Paulo Ricardo Aguiar
www.sema.ma.gov.br

MA: Comunidades Certificadas pela Fundação Palmares até julho de 2010


Imagem 01: Comunidade Quilombola(MA)/arquivo Fórum Carajás

Abaixo segue as ultimas Comunidades Quilombolas certificadas pela Fundação Palmares até julho de 2010,  na Baixada e  no Litoral Norte Ocidental do estado do Maranhão:

Comunidade       Município      Data da Publicação no Diário Oficial da União

MACAJUBAL      -     GUIMARÃES -             24/03/2010;


CHARCO    -   SÃO VICENTE FERRER   - 24/03/2010;

RAMAL DO QUINDUÍA -  BEQUIMÃO  -  27/04/2010;

PORTO DAS CABECEIRAS -  GUIMARÃES -  27/04/2010;

GUARAPIRANGA     -  SÃO BENTO -   27/04/2010;

MACAJUBAL   -   SÃO BENTO  - 27/04/2010;

SANTA ROSA  -  SÃO VICENTE FERRER   -27/04/2010.

Por: Fundação Palmares

http://www.palmares.gov.br/

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Água de lastro : Ameaça ao ambiente marinho brasileiro

Foto 01: Baía de São Marcos (MA)/arquivo Fórum Carajás

A problemática da água de lastro ganhou destaque no Brasil após se descobrir a conexão existente entre essa água utilizada para garantir a estabilidade de navios e plataformas e a introdução de uma espécie exótica de crustáceo no ecossistema marinho brasileiro, denominada mexilhão dourado.

O mexilhão dourado, crustáceo originário da China, foi trazido às águas da América do Sul através da água utilizada como lastro pelas embarcações em suas navegações de longo curso por volta do início da década de 90, e, portanto, não possuindo predadores naturais no ecossistema marinho brasileiro acabou se proliferando de forma alarmante e prejudicial. Até os dias atuais, essa espécie exótica continua causando danos ao ambiente marinho brasileiro e prejuízos milionários ao setor hidrelétrico nacional, na medida que o mexilhão dourado acaba se fixando nos dutos, turbinas e demais equipamentos de usinas hidrelétricas, prejudicando, assim, a operação dos mesmos e demandando constante manutenção e limpeza.


Assim, considerando os prejuízos suportados pela introdução do mexilhão dourado no país, o crescimento do comércio internacional por meio do transporte marítimo globalizado, além do reaquecimento da indústria naval brasileira com a exploração offshore de óleo e gás, verifica-se uma crescente preocupação das autoridades brasileiras com a problemática da água de lastro.


Tal fato pode ser exemplificado através da recente publicação, ocorrida em março de 2010, do Decreto Legislativo nº 148, de 2010, aprovando o texto da Convenção Internacional para Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos de Navios. A publicação deste decreto demonstra o reconhecimento do Poder Legislativo brasileiro com a contemporânea necessidade de se dar atenção ao tema, além de maior severidade no gerenciamento da água de lastro nos portos brasileiros por intermédio das autoridades marítimas locais.

Ademais da preocupação brasileira com os riscos ambientais provenientes da água de lastro das embarcações, o assunto possui grande repercussão também em âmbito internacional. A título exemplificativo, a Austrália vem sofrendo graves consequências com a invasão de uma espécie de microalga "Gymnodinium catenatum", originada do Japão, que prejudica não só o ambiente, mas a pesca e a agricultura industrial.


Nesse panorama internacional, destaque-se que a Convenção Internacional para Controle e Gerenciamento da Água de Lastro e Sedimentos consiste em uma resposta aos danos biológicos e ambientais provocados pela inserção de organismos vivos não nativos, organismos aquáticos nocivos e agentes patogênicos em determinado bioma, prejudicando seu desenvolvimento saudável. Por meio da convenção, os Estados soberanos signatários (dentre os quais o Brasil) pretendem minimizar os prejuízos financeiros e ambientais decorrentes do deslocamento e transporte de organismos ao redor do mundo através da água utilizada como lastro pelos navios.

A convenção ainda não está em vigor no âmbito internacional, vez que prevê, para tanto, que deverá possuir assinatura de pelo menos 30 Estados e totalizar no mínimo 35% da arqueação bruta da frota mercante mundial. Até o momento, no entanto, somente 22 países assinaram a convenção, totalizando 22,65% da arqueação bruta da frota mercante mundial, número ainda insuficiente para a entrada em vigor da aludida convenção no plano internacional. Países economicamente fortes e de notória e significativa participação no comércio internacional, como Estados Unidos e China, ainda não ratificaram a convenção.


Isso mostra que apesar dos prejuízos milionários advindos da poluição provocada pela água de lastro, a questão ainda não ganhou a notoriedade necessária. Entretanto, considerando-se as catástrofes naturais enfrentadas por diversos países, o aumento da consciência ecológica dos Estados e os prejuízos econômicos que serão suportados globalmente em virtude da falta de gerenciamento adequado da água de lastro carregada pelas embarcações, espera-se que nos próximos anos a convenção alcance a adesão necessária a sua entrada em vigor no plano internacional.

Assim sendo, em que pese os danos ambientais que podem ser provocados pela água de lastro das embarcações serem ainda imprecisos e pontuais, o aumento do comércio global por via marítima agrava os riscos e a frequência da contaminação dos diferentes ecossistemas marinhos ao redor do globo, o que acaba por impor às nações e a toda a comunidade marítima internacional maiores preocupações com o tema.


Um maior desenvolvimento tecnológico com a redução dos custos das técnicas existentes para o tratamento dessa água de lastro e para a minimização dos riscos de danos ambientais é uma questão bastante atual e que demanda um rápido retorno da comunidade ambiental e marítima internacional.


Maria Alice Doria e Patricia Guimarães são, respectivamente, sócia e advogada da área ambiental do escritório Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados Associados


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

Fonte: Valor econômico
www.valor.com.br

sábado, 3 de julho de 2010

ANA vai investir R$ 100 milhões em sistema de monitoramento de rios

A Agência Nacional de Águas (ANA) vai investir R$ 100 milhões em um projeto que visa dotar o País até 2015 de um sistema padronizado de monitoramento das águas dos principais rios brasileiros. A avaliação será aberta à sociedade, que passará a ter conhecimento da real situação de poluição, e vai ajudar os governos estaduais e federal a identificar prioridades para as políticas públicas.


Os recursos vão sair do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA) e, de acordo com o especialista em recursos hídricos da ANA Paulo Libânio, serão investidos cerca de R$ 90 milhões nas redes de monitoramento. “Mais R$ 4,8 milhões serão usados para equipar os Estados e R$ 2,9 milhões para divulgar e tornar essas informações acessíveis ao público”, diz Libânio. “Nosso objetivo vai além do monitoramento. Com as avaliações que serão feitas, transformaremos dados em informações e as informações em conhecimento.”


O especialista da ANA explica que 18 Estados já fazem a avaliação das águas “de forma competente”. Mas falta a participação de nove Estados. “A maioria fica na Região Norte, onde há poucos problemas com a qualidade da água”, afirma Libânio. Além de incluir os Estados na rede, serão estabelecidos critérios padronizados de monitoramento, o que facilitará a compreensão contextualizada e comparativa das informações obtidas. “Faltam parâmetros para que tenhamos uma visão nacional sobre a qualidade da água dos rios brasileiros.”


“O Portal da Qualidade das Águas consolidará as informações. Oferecerá mapas, parâmetros monitorados, informações sobre o índice de qualidade de rios, capacidade de absorção de carga orgânica, além de permitir o intercâmbio de conhecimentos. Além do poder público, nosso público alvo é também a sociedade, que poderá ficar mais vigilante. Universidades e a população em geral terão, no portal, condições de acessar as informações. Até porque elas estão dispostas em um formato bastante acessível. Quanto ao poder público, ele terá melhores condições de definir suas políticas de forma mais embasada”, explicou Libânio.


Por: Redação Sociedade Sustentável


http://sociedadesustentavel.terra.com.br/

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mudanças climáticas podem agravar erosão da costa do Nordeste

Elevação do nível do mar e alterações na direção e frequência das ondas tornam o litoral nordestino mais vulnerável ao problema. Assunto será abordado na 62ª Reunião Anual da SBPC



Nos últimos 50 anos, o mar avançou mais de 200 metros sobre a planície costeira de Caravelas, na Bahia, destruindo uma grande área de manguezais. O fenômeno natural, conhecido como erosão costeira, em que há o recuo para o interior do continente da linha de costa, que limita o mar da terra firme, também atinge diversas outras regiões do Nordeste. E deverá se agravar nos próximos anos devido às mudanças climáticas globais.


"O aquecimento global, além de provocar a elevação do nível do mar, ainda pode alterar a distribuição e a frequência dos ventos no Nordeste", diz o professor de geologia costeira e sedimentar da Universidade Federal da Bahia (UFBA), José Maria Landim Dominguez.



"Como as ondas são geradas pelos ventos, a direção e a intensidade delas também deve mudar, provocando alterações no transporte de sedimentos ao longo da linha de costa e desencadeando processos erosivos no litoral nordestino", afirma. O especialista abordará esse assunto em uma conferência que fará na 62ª Reunião Anual da SBPC, que acontece de 25 a 30 de julho em Natal (RN).


De acordo com Dominguez, desde o início desta década tem se constatado no Nordeste um aumento na freqüência das ondas vindas do sudeste que, se persistir, agravará os problemas de erosão costeira na região. Mas ainda não se sabe se o fenômeno já está relacionado ao aquecimento global ou é apenas reflexo de uma variabilidade climática natural.


Segundo ele, há mil anos ocorreu na costa leste do Brasil um período de grave erosão costeira desencadeado por uma mudança acentuada na frequência direcional das ondas. Pelas estimativas dos cientistas, é possível que o fenômeno se repita e agrave nos próximos cem anos, quando o nível do mar deve subir em torno de 50 centímetros, conforme as previsões mais pessimistas do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).


"A combinação do aumento do nível do mar com as mudanças na frequência direcional das ondas será desastrosa e vai acelerar o processo de erosão costeira no Nordeste", prevê. "A partir do que ocorreu no passado podemos nos preparar e tentar proteger as áreas mais vulneráveis à erosão costeira na região", alerta.


Efeitos


O geólogo explica que o Nordeste é extremamente sensível à erosão costeira porque os rios que deságuam na região trazem um volume muito pequeno de sedimentos. Por isso, são comuns as falésias nos tabuleiros costeiros da região.


O estado de Pernambuco é um dos mais afetados pelo fenômeno no Nordeste. Entretanto, segundo o especialista, o problema foi agravado pela ocupação irregular da costa pernambucana, onde muitos imóveis foram construídos sobre a faixa de praia, como demonstram estudos realizados pela Universidade Federal do Pernambuco (UFPE). "Há uma grande densidade populacional na zona costeira de Pernambuco e no passado foram construídos diversos imóveis muito próximos à praia", conta.


Na tentativa de minimizar o problema, os órgãos de fiscalização de Pernambuco e de outros estados nordestinos estabeleceram nos últimos anos faixas de recuo, medidas a partir da linha máxima de preamar, no sentido no continente, onde não devem ser construídas estruturas permanentes.


No estado da Bahia, por exemplo, a faixa de recuo, criada com o objetivo de absorver as variações naturais da linha de costa nas próximas décadas e as decorrentes do aumento do nível do mar, tem uma largura de 60 metros. Em Pernambuco foi estabelecida em 50 metros para os projetos de empreendimentos imobiliários recentemente aprovados na costa do estado.


Já em áreas urbanas consolidadas, em que é impossível reverter o avanço do processo de erosão costeira pelo mar, uma das soluções indicadas, de acordo com Dominguez, é o "engordamento de praia". O processo consiste na criação de praias artificiais através de aterros, a exemplo do Aterro do Flamengo e da Avenida Beira-Mar, no Rio de Janeiro.


A palestra do geólogo José Maria Landim Rodriguez será realizada no dia 29 de julho, às 10h, durante a 62ª Reunião Anual da SBPC, que acontece de 25 a 30 de julho em Natal (RN), no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O evento, cujo tema é "Ciências do mar: herança para o futuro", contará com centenas de atividades, entre conferências, simpósios, mesas-redondas, grupos de trabalho, encontros e sessões especiais, além de apresentação de trabalhos científicos e minicursos. Veja a programação em:

(Assessoria de Imprensa da SBPC)
www.sbpcnet.org.br/natal/home/

www.jornaldaciencia.org.br