Foto: © WWF-Brasil/Bento Viana
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A maior área
úmida do planeta é o Pantanal, possuindo uma extensão de 624.320 km²,
aproximadamente 62% do Brasil.
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Celebrado no dia 2 de fevereiro, o Dia Mundial das Áreas
Úmidas é uma data para chamar atenção sobre a importância de promover a
conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais
em importantes ecossistemas como pântanos, charcos, pauis, sapais,
turfas. Estas superfícies alagáveis acolhem diversificados ambientes
tanto em termos de plantas quanto de animais aquáticos, sendo o
Pantanal, uma das mais conhecidas e ricas extensão de pântano do mundo.
A data comemorativa, bem como o conceito de zona
úmida, surgiu durante a Convenção de Ramsar, em 1971, no Irã, quando um
tratado foi pactuado por diversas nações. Atualmente são 168 países
signatários do tratado, que, como contrapartida, têm de designar ao
menos uma área úmida para compor a lista Ramsar.
Os sítios Ramsar são definidos como toda extensão de
superfícies cobertas de água, de regime natural ou artificial,
permanentes ou temporárias, contendo água parada ou corrente, doce,
salobra ou salgada. A adesão confere ao sítio Ramsar benefícios
relacionados à assessoria técnica e financeira com vistas à sua
proteção.
Pantanal: maior área úmida do planeta
A maior área úmida do planeta é o Pantanal, possuindo uma
extensão de 624.320 km², aproximadamente 62% do Brasil, abrangendo os
estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e estende-se pela Bolívia,
20%, e Paraguai, 18%. Abriga três Sítios da Convenção de Ramsar, além de
ser considerado um Sítio do Patrimônio da Humanidade das Nações Unidas,
bem como a Reserva da Biosfera do Pantanal.
Também chamado de “reino das águas”, o Pantanal é um imenso
reservatório de água doce e fundamental para o suprimento hídrico, a
estabilização do clima e a conservação do solo.
As cheias atingem, anualmente, cerca de 80% da região o que
permite a renovação da fauna e da flora. O equilíbrio ecológico do
bioma depende do movimento constante do subir e baixar das águas que tem
início no mês de novembro, com a alta dos rios que provoca as enchentes
na planície. Em maio, as chuvas param e as águas baixam. Qualquer
alteração nesse ciclo hidrológico pode comprometer toda a sua rica
biodiversidade.
O ciclo começa com as águas que nascem na parte alta da
Bacia do Alto Paraguai e descem para a planície alagada do Pantanal.
Essas áreas altas são hoje o foco de grandes transformações, não só
relacionadas às atividades agrícolas e pecuárias, mas também pela
implementação das grandes obras de infraestrutura, como as barragens
para a geração de energia.
Para ilustrar o processo cíclico do Pantanal, o WWF-Brasil
produziu um vídeo que aborda a dinâmica de cheias e baixas, com ênfase
na importância do ciclo das Águas do Pantanal e como ele está
diretamente ligado à preservação da região. Link: http://migre.me/oimLl
Ações do WWF-Brasil no Pantanal
O WWF-Brasil trabalha no Pantanal e apoia projetos de
conservação há 16 anos. Atualmente dois Programas do WWF-Brasil atuam na
região: Cerrado Pantanal e Água para a Vida. Estudos de impacto sobre o
uso do solo e mudanças climáticas, cálculo da Pegada Ecológica,
trabalho em escolas sustentáveis, monitoramento da cobertura vegetal,
ações para conservação de áreas degradadas, estímulo a produção
sustentável de carne com a promoção de boas práticas para o
fortalecimento da pecuária orgânica certificada são algumas das
iniciativas coordenadas pelo Programa Cerrado Pantanal.
O Programa Água para Vida trabalha pela conservação de 747
quilômetros de rios do Pantanal, pela restauração da mata ciliar de 30
nascentes da região e em cinco quilômetros de afluentes. Além disso,
trabalha na criação do Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal, fórum
de discussão e de articulação política entre o poder público, o setor
privado e a sociedade civil para estabelecer metas e soluções conjuntas
para aprimorar a gestão dos recursos hídricos do Pantanal.
Na região, a estratégia de conservação é compartilhada
ainda com o WWF-Bolívia e o WWF-Paraguai. O trabalho desenvolvido tem
promovido ações mais efetivas na conservação do bioma que buscam
envolver a conservação e a proteção dos ecossistemas aquáticos, o
desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis, o planejamento
sistemático do território e o desenvolvimento de hábitos responsáveis de
consumo.
Tratado de Ramsar
O Brasil foi incluído no tratado de Ramsar em 1993 e, desde
então, contribui para a lista com 12 zonas úmidas, compreendendo um
total de 6.568.359 hectares. Mais recentemente, em 2014, o país, por
meio do Comitê Nacional de Zonas Úmidas, indicou novos sítios Ramsar em
sete unidades de conservação.
As áreas propostas ficam nas Reservas Biológicas do Atol
das Rocas, e do Guaporé, na Área de Proteção Ambiental, e no Parque
Nacional Marinho de Fernando de Noronha, na Estação Ecológica do Taim,
na Área de Proteção Ambiental de Guaratuba, e nos Parques Nacionais do
Viruá, e da Ilha Grande
Depois de aprovados, os novos sítios somam-se aos outros 12
já instituídos no Brasil pelos participantes da Convenção de Ramsar,
que acontecerá em Punta del Este, no Uruguai, em meados de 2015.
Confira aqui a lista completa das Unidades de Conservação
que são sítios Ramsar no Brasil:
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM);
Parque Nacional do Cabo Orange (AP);
Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (BA);
Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses
(MA);
Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA);
Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luiz (MA);
Parque Estadual do Rio Doce (MG);
Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Rio Negro
(MS);
Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense (MT);
Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal
(MT);
Parque Nacional do Araguaia – Ilha do Bananal (TO);
Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS).
Por: WWF
http://envolverde.com.br/