Esta semana, representantes do Observatório do Clima e do Fórum
Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento cobraram a apresentação de planos de quatro setores.
Em
dois meses, os brasileiros vão poder apresentar sugestões para que os
diversos setores da economia do país, como a indústria e o setor de
transportes, reduzam as emissões de gases de efeito estufa. A primeira
versão revisada do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que deve
incluir essas metas, deve ser colocada em consulta pública na internet e
em encontros regionais a partir de julho.
“A nova versão vai
trazer um grande avanço em relação ao que já está proposto no plano
anterior”, garantiu Karen Cope, diretora de Licenciamento e Avaliação
Ambiental da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental,
ligada ao Ministério do Meio Ambiente. Segundo ela, os planos setoriais
já começaram a ser implantados.
Se conseguir consolidar todas as
contribuições apresentadas pela população, o governo deve apresentar a
versão final do plano até o fim do ano. O documento deveria ter sido
concluído no ano passado.
O prazo para revisão estava previsto na
versão original do plano, elaborado em 2008. No final de 2010, com a
criação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, o governo decidiu
que o Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas deveria incorporar os
Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas. Pelo
mesmo decreto que instituiu a política, o prazo para que os planos
setoriais fossem apresentados era 15 de dezembro de 2011. Mas, as metas
de alguns setores, como os de saúde e mineração, ainda não foram
divulgadas.
Esta semana, representantes do Observatório do Clima e
do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento cobraram a apresentação de planos de quatro setores.
Apesar do apelo do governo pelas contribuições do grupo, as 700
organizações que formam a rede se recusam a participar do processo sem
um rascunho desses textos.
O argumento é que não poderiam
comentar o conteúdo sem ter acesso a mais informações. As organizações
entregaram uma carta à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann,
pedindo o texto final dos documentos que prevêem metas da indústria, dos
transportes, da saúde e da mineração.
Carlos Rittl, coordenador
do Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, que integra
as duas organizações, reconhece que o Brasil avançou com o plano de
2008, mesmo que a política de mudanças climáticas só tenha sido
instituída depois. Mas, segundo ele, a desarmonia nas datas dos dois
documentos acabou fazendo com que não houvesse estratégia.
“Não é
plano de ação que nos leva a um processo de desenvolvimento de baixo
carbono, e não trouxe inovação. O plano não tem metas, apenas alguns
objetivos específicos”, disse, destacando a redução de perda de floresta
que tem avançado, conforme mostram levantamentos de satélites e
operações de fiscalização e combate ao crime ambiental. Os movimentos
sociais cobram documento com metas e ações precisas e claras.
Agência Brasil
www.gvces.com.br
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