terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Atlas mapeia zona costeira do Brasil

Com mais de um quarto (26,5%) da população vivendo em municípios da zona costeira, segundo o Censo 2010, o Brasil acaba de ganhar o primeiro Atlas Geográfico das Zonas Costeiras e Oceânicas. Recheada de imagens de satélite, a publicação é uma parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a Marinha.

 Imagem: Cujupe/Alcântara/MA (Foto: Edmilson Pinheiro)

O atlas mostra que as regiões Sul e Sudeste são as que apresentam maior porcentual de espécies exóticas aquáticas identificadas. Essas espécies são, na maioria das vezes, introduzidas no país inadvertidamente, transportadas na água de lastro ou mesmo fixadas no casco de navios. A publicação também apresenta um mapa com a chamada logística do petróleo, envolvendo os principais poços de produção, os terminais de distribuição, as refinarias, etc.

No capítulo sobre ecossistemas costeiros e marinhos, o estudo ressalta que mais de 90% das áreas consideradas prioritárias de conservação encontram-se fora das áreas abrangidas por Unidades de Conservação. Para o IBGE, isso demonstra a "importância da definição dessas áreas como prioritárias para a preservação da fauna brasileira".

"Na parte de geologia, é possível conhecer como é o Brasil no fundo do mar. Ver a diferença de extensão da plataforma, como é larga no sul e na foz do Amazonas, e como é muito estreita no Nordeste", disse o geógrafo Marco Antonio de Carvalho Oliveira, da equipe que planejou e coordenou a publicação. Ele também destaca o quadro que mostra a evolução urbana do País, com o crescimento da interiorização a partir da década de 1970. "O diferencial é a quantidade de recursos didáticos que o atlas contém."

O atlas também tem um mapa que mostra os municípios afetados pelo ciclone extratropical Catarina, que atingiu a região Sul no fim de março de 2004. Foi o primeiro furacão registrado no Atlântico Sul, resultante de uma combinação rara de condicionantes meteorológicos e oceanográficos. O Catarina foi classificado como um furacão categoria 1 na escala Saffir-Simpson (com ventos entre 120 e 150 km/h). A imagem foi trabalhada com a inclusão dos limites estaduais, sedes de municípios e áreas urbanizadas, mostrando as regiões efetivamente afetadas pelo fenômeno.



Por: Felipe Werneck
www.estadao.com.br

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