Cerca de 350 quilombolas e indígenas dos
povos Tenetehara-Guajajara , Awá-Guajá e Ka’apor trancaram as duas
faixas da BR 316 no Maranhão para protestar contra a Portaria 303. A
rodovia liga as capitais São Luís, do Maranhão, e Belém, do Pará. |
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As informações são do
Conselho Indigenista Missionário (Cimi). A manifestação, que ocorreu
nesta terça-feira (4), foi realizada entre municípios de Santa Inês e
Bom Jardim. Os quilombolas e indígenas distribuiram panfletos,
realizaram danças, cantorias e praticaram rituais.
Para
as comunidades mobilizadas, a Portaria 303 possibilita a revisão de
terras tradicionais já demarcadas e até homologadas, beneficiando
grileiros, madeireiros e latifundiários.
Os manifestantes pediram pela revogação imediata da Portaria 303,
publicada em julho pela Advocacia Geral da União (AGU). Eles
protestaram contra o fato da medida determinar que terras tradicionais
podem ser ocupadas por unidades e postos militares, malhas viárias,
empreendimentos hidrelétricos e minerais de cunho estratégico, sem a
consulta aos povos.
Os indígenas e quilombolas
ressaltaram que a medida da AGU desconstrói o direito constitucional
indígena de usufruto exclusivo da terra de ocupação tradicional e
aprofunda a compreensão de que os povos tradicionais e as terras
habitadas por eles são empecilhos ao “desenvolvimento”.
A Portaria
303 pretende estender condicionantes do Supremo Tribunal Federal (STF)
aplicadas na demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, de 2009,
para as demais terras indígenas.Porém, os manifestantes lembraram
que a decisão dos ministros ainda não é definitiva, sendo essas
condicionantes ainda passíveis de modificação ou anulação.
(pulsar)
http://www.brasil.agenciapulsar.org
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