Relatórios
de Avaliação de Equidade Ambiental são lançados na Cúpula dos Povos em
atividade que denunciou o papel negativo que setores da ciência cumprem
ao legitimar grandes projetos que destroem economia local e comunidades.
A
Avaliação de Equidade Ambiental rompe a lógica dos relatórios feitos
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) ou por empresas
porque primeiro analisa a sociobiodiversidade de uma região, e também
sua economia, para saber que tipo de investimentos e projetos são
necessários. Já o processo de licenciamento convencional costuma partir
do desejo de empresas ou do governo.
Luiz
Novoa Garzon, pesquisador da UFRJ e membro da Rede Brasileira de
Justiça Ambiental, conta que a Avaliação de Equidade Ambiental cria
mecanismos reais para ouvir a população, como manda a legislação
vigente. Com o novo método, a região é estudada e a população participa
para saber que projeto falta para melhorar a qualidade de vida.
Um
exemplo concreto que faz parte do estudo é o do Rio Madeira, onde estão
sendo construídas hidrelétricas. Garzon aplicou a nova metodologia
naquela região de Rondônia e descobriu que por lá hidrelétricas não vão
melhorar a vida da população. Ao contrário, elas devem destruir a
economia intensiva existente hoje.
As
mais de 5 mil famílias ribeirinhas que vivem da pesca e também os
agricultores da vazante e os extrativistas que abastecem de alimentos as
cidades da região, incluindo a capital Porto Velho, serão atingidas
negativamente. Os beneficiados serão apenas um grande grupo econômico
que vem de fora.
O
pesquisador explicou que Avaliação de Equidade Ambiental não serve
apenas para o início de um projeto e sua definição. Contempla também o
acompanhamento para que as comunidades sejam os sujeitos beneficiados
pelos empreendimentos e possam monitorar impactos posteriores.
A
Avaliação de Equidade Ambiental é uma metodologia que vem sendo
desenvolvida por entidades e membros da Rede Brasileira de Justiça
Ambiental. O lançamento dos relatórios, que estão sendo distribuídos no
estande da FASE (37), foi feito durante debate sobre o papel da ciência
na legitimação do modelo de desenvolvimento.
Pesquisadores
e ativistas criticaram a falta de estudos suficientes para projetos de
grande impacto ambiental e social. Métodos como o de Avaliação de
Equidade Ambiental, somados à investimentos nas universidade públicas,
foram apontados como saídas para o problema.
Por: Pulsar
www.brasil.agenciapulsar.org
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