Cerca de US$ 30 bilhões que são gastos, por ano, em investimentos
internacionais para a redução de desmatamentos e da degradação das
florestas poderiam sustentar até 8 milhões de novos empregos nos países
em desenvolvimento, mostra o relatório Rumo ao Desenvolvimento
Sustentável: Oportunidades de Trabalho Decente e Inclusão Social em uma
Economia Verde, divulgado hoje (31) pela Iniciativa Empregos Verdes.
Especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(Pnuma), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização
Internacional de Empregadores (OIE) e da Confederação Sindical
Internacional (CSI) mostram no documento como uma economia favorável ao
meio ambiente pode garantir empregos e trabalho decente em qualquer
país.
Na Alemanha, um programa de renovação de prédios para melhorar a
eficiência energética, por exemplo, tem mobilizado 100 bilhões de euros
em investimentos. Além da economia com as contas de energia, a medida
criou quase 300 mil empregos diretos por ano.
Segundo o documento, pelo menos metade da força de trabalho mundial
(cerca de 1,5 bilhão de pessoas) será afetada caso os países adotem a
economia verde como novo padrão. As mudanças atingiriam todos os
setores, mas teriam maior impacto em atividades como a agricultura,
silvicultura, pesca, energia, indústria manufatureira, reciclagem,
construção e o transporte.
“Dezenas de milhões de empregos já foram criados por essa
transformação. Por exemplo, o setor de energia renovável já emprega
cerca de 5 milhões de trabalhadores, mais que o dobro do número de
empregos entre 2006 e 2010”, destacam os especialistas.
Outra fonte de empregos verdes apontada pelo levantamento é a da
eficiência energética, principalmente na indústria da construção, que
foi o setor mais afetado pela crise econômica. Os especialistas da OIT,
do Pnuma, da OIE e da CSI dizem ainda que a reciclagem é decisiva para a
questão da eficiência do setor, com a redução de desperdiço, o
ratamento adequado de resíduos e a recuperação de materiais de valor,
além do potencial de inclusão social e redução da pobreza.
“É provável que a produção de energia fóssil experimente a perda de
empregos. São necessárias politicas para garantir uma transição justa
para os trabalhadores”, destaca, como exemplo, o estudo.
Por: Carolina Gonçalves
Fonte: Agência Brasil- EBC
Edição: Graça Adjuto
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